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    'História é para fãs e crianças', diz diretor do novo filme do Snoopy

    ISABEL SETA
    DE SÃO PAULO

    02/01/2016 02h00

    O diretor do filme "Snoopy & Charlie Brown: Peanuts - O Filme", Steve Martino, esteve no Brasil em dezembro.

    À Folha, ele contou como foi adaptar um clássico dos quadrinhos para uma animação em 3D. Leia a entrevista.

    *

    Folha - Como foi o processo de pegar uma tirinha tão famosa e transformar em um filme em 3D?
    Steve Martino - Foram diferentes emoções. No começo, senti um pânico completo, porque eu entendia a responsabilidade de pegar uma história clássica dessas e não queria desapontar os fãs ao redor do mundo. Mas, ao mesmo tempo, eu trabalhei com os Schulz [o filme foi escrito pelo filho e pelo neto de Charles M. Schulz, criador dos personagens nos anos 1950], que tinham a história e compreendem bem esses personagens. Tive muita sorte de trabalhar com eles.

    Qual foi o maior desafio?
    Foram dois. O primeiro, foi o desafio visual de fazer personagens tão vivos no 3D quanto na tirinha. Mostrar que o Snoopy tem pelo de verdade e que a camiseta do Charlie Brown é feita de algodão. Além disso, fazer um background mais rico que o dos quadrinhos, preencher a escola e a cidade com mais detalhes.

    O segundo desafio, em termos de história, foi fazer um longa que não fosse um compilado das nossas tirinhas favoritas ou um "remake" dos especiais de TV.

    Há crianças que não conhecem bem o Snoopy. Como chamar a atenção delas e ainda agradar os fãs de longa data?
    Desde o começo, disse que queria fazer um filme para as famílias e agradar tanto crianças que não conhecem os personagens quanto os pais e avós, que já são fãs.

    Para isso, tentei permanecer fiel aos personagens. Enriquecê-los visualmente para o 3D, mas sem alterar sua personalidade, sua essência.

    Os personagens principais não apresentam muita diversidade étnica. Vocês fizeram mudanças para aumentar essa diversidade? Consideraram introduzir novos personagens?
    Se você observar bem os personagens nos cenários da escola e da cidade, eles são muito mais diversificados do que seriam nos anos 1990, como é a nossa audiência. Sempre que faço um filme, penso que ele é para o mundo –e o mundo é um lugar diverso. É preciso refletir isso.

    Acho que a história do longa fala com o mundo. Ela apresenta temas universais, como o primeiro amor e a amizade. Mas nós optamos por não introduzir novos personagens principais.

    O filme tem potencial de despertar amor pelas tirinhas nas crianças?
    Espero que sim. Schulz escreveu histórias atemporais, com as quais todos podem se identificar e ver algo de si no Charlie Brown, por exemplo.

    Quando você era pequeno lia os quadrinhos do Snoopy?
    Sim, eu lembro de ler. Acho que o Snoopy foi um dos primeiros personagens que tentei desenhar. Depois, quando fui fazer design, estudei bastante o traço de Schulz.

    Por que a escolha pela voz de Bill Melendez (1916 - 2008), que fazia as dublagens dos desenhos animados da série, para o Snoopy e o Woodstock no filme?
    Porque ele é absolutamente o melhor de todos. Eu fui no estúdio e consegui algumas gravações antigas dele. Quando cortei e ouvi, percebi que não podia ser mais ninguém, que tinha que ser ele. Nós aceleramos em diferentes velocidades a voz dele para fazer tanto o Snoopy quanto o Woodstock –e será sempre a voz dele em todas as línguas.

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