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    Quase 25 milhões de crianças estão fora da escola em zonas de conflito

    DE SÃO PAULO
    DA EFE

    14/01/2016 01h57

    Ir à escola parece uma atividade normal, mas, em alguns lugares do mundo, muitas crianças são impedidas de estudar. Um estudo apresentado pela Unicef nesta terça (12) mostrou que quase 24 milhões de crianças do planeta que vivem em áreas de conflito não frequentam a escola.

    Nos 22 países em situação de guerra vivem 109,2 milhões de crianças e jovens entre 6 e 15 anos. Isso quer dizer que uma em cada quatro crianças é privada de receber educação nessas regiões.

    O Sudão do Sul, na África, lidera o ranking, com mais da metade (51%) das crianças fora da escola. No país, que vive uma guerra civil, mais de 1,5 milhão de pessoas já abandonaram suas casas. Já no vizinho Sudão, 41% das crianças também não frequentam a escola.

    O topo da lista é completado por países como Níger e Afeganistão, onde 47% e 40% das crianças não estudam, respectivamente.

    "Quando as crianças não vão à escola, correm um maior risco de sofrer casos de abuso, exploração e recrutamento em grupos armados", afirmou a chefe de Educação da Unicef, Jo Bourne, em comunicado, reproduzido pela agência Efe.

    Bourne alerta que a questão pode agravar ainda mais a crise humanitária vivida nessas regiões, tanto agora como no futuro. "A escola prepara as crianças com os conhecimentos e as habilidades que necessitam para reconstruir suas comunidades uma vez que o conflito tenha terminado, e a curto prazo proporciona a estabilidade e a estrutura necessárias para fazer frente ao trauma que viveram. As escolas também podem proteger as crianças contra os traumas e os perigos físicos que os rodeiam", ressaltou.

    Apesar da importância do tema, a educação continua sendo um dos setores menos financiados pelas ajudas humanitárias. Em Uganda, também na África, a Unicef proporciona serviços aos refugiados do Sudão do Sul, mas os recursos para educação são 89% menores que o necessário no país.

    A Unicef, que é um órgão da ONU, adverte que a coleta de dados nessas regiões é extremamente difícil, e por isso, é possível que os números apresentados sejam ainda maiores na realidade.

    "As crianças que vivem em países afetados por conflitos perderam seus lares, seus parentes, seus amigos, sua segurança e sua sensação de normalidade", completa Bourne. "Sem poder adquirir conhecimentos como ler e escrever, que são básicos, correm o risco de perder seu futuro e de não poder desfrutar da oportunidade de contribuir para suas economias e sociedades quando se transformarem em pessoas adultas."

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