• Folhinha

    Thursday, 02-May-2024 18:47:57 -03

    Sorrisos no exílio: fotógrafo faz série sobre crianças refugiadas

    CAROLINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    02/02/2016 11h25

    Dos 19,5 milhões de pessoas refugiadas registradas no mundo, cerca de metade são crianças e adolescentes, de acordo dados da organização Save The Children (salve as crianças em inglês) –para entender melhor o que são refugiados, leia esta reportagem da "Folhinha".

    Ao ver dados como esses, é comum imaginarmos apenas cenas tristes, protagonizadas por uma massa de pessoas anônimas, sem rosto e sem voz.

    Para fugir desse estereótipo, o fotógrafo canadense Frederic Seguin, 26, viajou a campos e rotas de refugiados e fotografou cenas de crianças sorrindo e se divertindo.

    As fotos deram origem à série "Smiles in Exile" (sorrisos no exílio, em inglês).

    "Meu objetivo é lembrar a todos que os eventos que acontecem envolvem outros seres humanos, capazes de sentir tristeza e também felicidade. Eles não são apenas anônimos e vítimas indefesas", disse Seguin à Folha por e-mail.

    Cofundador da organização "Shoot to Help" (fotografar para ajudar, em inglês), ele já havia fotografado crianças em ambientes de conflito ou tragédias, como durante os terremotos no Nepal, no ano passado. O fotógrafo diz sempre ter achado interessante a forma como as crianças "são as primeiras a recuperarem seu sorriso, apesar da tragédia".

    Crise Migratória - Conheça as principais rotas usadas pelos estrangeiros na Europa

    VIDA NO EXÍLIO

    Durante a viagem, o fotógrafo fez todo o trajeto comum daqueles que fogem dos conflitos na região da Síria, que desde 2011 vive em guerra –partes do país não têm água, comida ou eletricidade.

    Ele também assistiu à chegada de barcos trazendo refugiados na costa da Turquia, e passou por campos de refugiados ao longo das Ilhas Gregas, antes de chegar à Alemanha, destino final da grande maioria dos que chegam à Europa.

    As crianças refugiadas são constantemente privadas de uma vida normal, além de se submeterem a inúmeros riscos. Seguin conta que, em alguns campos de refugiados, elas não podem ir à escola e precisam trabalhar para ajudar a família. Em outros, frequentam escolas instaladas pela ONU (Organização das Nações Unidas) ou por ONGs.

    Quando estão na estrada viajando, a situação é ainda pior. "As crianças caminham centenas de quilômetros e encaram as mesmas dificuldades que os adultos", aponta Seguin. "É um esforço tremendo continuar se locomovendo todos os dias, com quase nenhum lugar ou tempo pra descansar, e muito menos para estudar."

    Apesar das dificuldades, o fotógrafo conta que, em suas visitas aos campos de refugiados, a recepção das crianças era sempre muito animada. Segundo ele, a expressão árabe "sawarini" (que significa "tire uma foto minha") era a que mais ouvia.

    "Eu era seguido por todos os lados por uma multidão de crianças brincando e pedindo para serem fotografadas", lembra.

    Diante de tudo que presenciou, Seguin ressalta a superação daqueles que tiveram de deixar suas casas. "O mais impressionante é a força dessas pessoas, que passaram por uma guerra que destruiu seus países, mas ainda assim, continuam sorrindo e sendo fortes. Elas arriscam a vida por um futuro melhor", diz.

    Veja o ensaio completo no site do autor.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024