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    Filhos sentem vergonha e querem que pais não postem sobre eles, diz estudo

    DE SÃO PAULO

    10/03/2016 02h00

    Danilo Verpa/Folhapress
    SAO PAULO - SP - 14.10.2013 - Pessoas utilizam telefone celular na avenida Paulista. Moda nos EUA, o "detox" digital (limitar o uso de tecnologias, em especial smartphones, por um tempo) ganha adeptos por aqui, onde a venda de celulares com internet cresceu 110% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado (dados da consultoria IDC). Além das iniciativas pessoais, bares já tentam alertar seus clientes sobre o uso excessivo. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, EQUILIBRIO)
    Relação pais, filhos e tecnologia causa conflito, segundo estudo de universidades dos EUA

    E se as crianças pudessem estabelecer regras para seus pais nas redes sociais? O número de fotos delas em situações constrangedoras iria diminuir. Isso porque uma das normas impostas pelos filhos seria a de proibir a postagem de fotos na internet sem a autorização dos pequenos.

    Ao menos é o que mostra um novo estudo chamado "Não na Mesa de Jantar: Perspectivas de Pais e Filhos Sobre as Regras de Uso de Tecnologia em Família", produzido em conjunto pelas universidades de Washington e Michigan e apresentado na semana passada nos Estados Unidos.

    Os pesquisadores entrevistaram pais e filhos de 249 famílias norte-americanas, com crianças entre 10 e 17 anos, em 40 Estados diferentes, para saber sobre as regras e expectativas de ambos sobre o uso de tecnologia. A pesquisa também avaliou quais regras são mais fáceis ou difíceis de serem seguidas.

    O estudo revelou preocupação das crianças em "oversharing" (postagens em excesso) dos pais em conteúdos envolvendo elas mesmas: 18% das crianças entrevistadas foram convictas em repudiar qualquer publicação no Facebook ou em outra rede social sem permissão. "Não poste nada sobre mim sem minha autorização", é a síntese do que sentem. O número é o dobro da resposta dos pais para a mesma afirmativa.

    O motivo para o resultado, segundo a pesquisa, é que muitas das crianças se sentem envergonhadas com o conteúdo que é postado, e ficam frustradas quando os pais continuam divulgando isso repetidamente.

    Outro dado que a pesquisa traz é que as crianças aceitam mais facilmente proibições como a de não usar Instagram ou WhatsApp do que regras que vetem a tecnologia em determinadas situações, como a de não usar na igreja ou num jantar. Ou seja, elas preferem estar fora de um aplicativo a terem limitações de horário de uso.

    Um dos fatores que tornam essa relação pais, filhos e tecnologia mais difícil é o crescimento do uso de aparelhos celulares por parte de todos os membros da família, pois fica cada vez mais difícil estabelecer limites sobre o que é saudável ou não.

    A conclusão da pesquisa é que as crianças sentem dificuldades em obedecer pedidos para se desconectar, enquanto os maiores problemas dos pais é mesmo postar em excesso conteúdos sobre os filhos.

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