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    Mais crianças trocaram de escola neste ano; veja dicas de como se adaptar

    MATEUS LUIZ DE SOUZA
    DE SÃO PAULO

    12/03/2016 03h32

    João Roig, 11, precisou mudar de colégio neste ano, para um com mensalidade mais barata.

    "Minha mãe falou que a situação econômica apertou. Fiquei sabendo que muitos alunos da minha sala também saíram", conta o garoto, que participou da escolha do novo colégio, olhando os sites das escolas e visitando os lugares.

    Já Lucas Ferreira, 9, saiu, no ano passado, do colégio público onde estudava para um particular. Neste ano, no entanto, seus pais o chamaram para conversar. O motivo? "Eles me disseram que não ia dar para pagar mais um ano de mensalidade, porque estava muito caro".

    Essa é uma realidade enfrentada por muitas famílias. Segundo a Federação Nacional das Escolas Particulares, o número de matrículas em escolas privadas caiu 12% neste ano, principalmente por causa da crise econômica.

    Só que mudar de colégio não é fácil. A psicóloga Roseli Caldas aconselha pais e filhos a conversarem sobre a situação e incentiva a criança a participar da escolha da nova escola, como fez a família de João.

    "Não é para deixar o filho ter a palavra final, mas tentar diminuir a insegurança dele", afirma (veja, no fim do texto, algumas dicas de como se adaptar a uma nova escola).

    NOVO RUMO

    Entrar em uma nova escola pode não ser fácil e certamente requer adaptações, mas não significa necessariamente perder amigos.

    Para Carmen Diana, 6, a troca foi em dose tripla: mudou de colégio, de período e começou o 1º ano, quando o conteúdo fica mais puxado, segundo ela. "Tenho mais lição", conta. O lado positivo é ter a tarde livre. "Posso brincar até o fim do dia."

    Ela só sente falta de uma coisa: "Meu colégio era grandão e tinha um parque bem gostoso para brincar. O novo, não", afirma.

    Já com Lucas Ferreira, 9, aconteceu o contrário: as áreas de lazer da nova escola têm menos restrições, principalmente nos intervalos. Agora ele consegue mostrar seu talento futebolístico. "Aqui pode jogar bola. Antes eu não podia."

    Para a psicóloga Roseli Caldas, é importante que a mudança não seja brusca, pois isso pode atrapalhar o desenvolvimento. "Uma forma de deixar a criança mais tranquila é manter amizades anteriores", diz.

    É o que está fazendo João Mortari, 11. Apesar de ter feito novos colegas na nova escola, ele mantém contato com os antigos –no WhatsApp e indo à casa deles de vez em quando.

    Os amigos costumam ser a parte mais sensível dessa mudança. Mas podem existir vantagens. Pedro Medeiros, 12, está agora em uma sala com mais alunos (subiu de 12 para 30). "Antes as conversas acabavam rápido. Agora não falta assunto."

    *

    4 DICAS NA HORA DE MUDAR DE COLÉGIO

    • Converse com seus pais sobre a mudança e tire todas as dúvidas. É preciso entender que mudar é necessário e confiar nos adultos. Mas dê sua opinião sobre tudo.
    • O medo do desconhecido é normal. Não desista na primeira dificuldade.
    • Chegue ao novo colégio e se apresente para os colegas. Assim é mais fácil fazer novas amizades.
    • Lembre que você tem colegas antigos e mantenha contato com eles. Mudar de escola não é mudar de amigos, mas uma oportunidade de fazer o grupo crescer.

    Fontes: Roseli Caldas, psicóloga da Associação Brasileira de Psicologia Educacional e Escolar, e Maria Cecília Zaniboni, psicóloga infantil

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