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    Crise faz editoras apostarem em exportações para equilibrar as contas

    BRUNO MOLINERO
    DE SÃO PAULO

    04/04/2016 01h58

    Reprodução/Facebook
    Feira de Bolonha de 2015, principal feira de literatura infantojuvenil, que acontece na Itália
    Feira de Bolonha de 2015, principal evento de literatura infantojuvenil, que acontece na Itália

    Se o ano de 2015 fosse contado em um livro, algumas editoras brasileiras diriam que seria uma história de terror –principalmente as que publicam livros infantojuvenis ou que tem selos específicos para essa faixa etária.

    A crise econômica que atinge o país fez com que o governo federal e os governos estaduais suspendessem no ano passado as compras de livros, até então uma das principais fontes de receita. Além disso, alguns dos contratos já assinados tiveram os pagamentos adiados, em um cenário de custos cada vez mais em alta.

    Partindo da velha máxima de que toda crise pode ser também uma oportunidade, a mesma desvalorização do real e consequente alta do dólar que aumentaram os custos de produção do livro também tornaram os títulos brasileiros mais atraentes para a exportação. E é justamente na venda dos direitos de algumas obras para serem traduzidas e publicadas fora do país que repousa a esperança das editoras nacionais.

    No caso dos livros infantojuvenis, a maior vitrine para esse tipo de negócio é a Feira de Bolonha, na Itália, que começa nesta segunda-feira (4) e deve atrair 1.200 exibidores de 70 países diferentes. Em sua 53ª edição, o evento é um dos mais tradicionais –tanto que é durante a feira que são anunciados os vencedores do prêmio Hans Christian Andersen, considerado o "Nobel" da literatura infantojuvenil.

    "Estamos atravessando um período complicado. A feira é uma oportunidade de internacionalização que pode ajudar a balancear a situação econômica", diz Luís Antonio Torelli, presidente da CBL (Câmara Brasileira do Livro), entidade à frente da participação brasileira no evento.

    No total, 15 editoras nacionais irão expor cerca de 300 título em Bolonha, esperando movimentar cerca de US$ 300 mil (mais de R$ 1 milhão) em exportações –valor 50% maior que no ano passado, cujos negócios realizados alcançaram US$ 200 mil (cerca de R$ 715 mil). "Acho que essa estimativa vai se concretizar. Conversamos com os editores e todos estão otimistas", diz Torelli.

    A comitiva brasileira receberá visitantes em um estande de 112 m². "Nossos autores são bem aceitos lá fora, tanto pela qualidade como pelas histórias e variedade do nosso folclore. Isso desperta o interesse estrangeiro e ajuda a fazer com que o Brasil não seja apenas um importador de direitos autorais, mas passe a ser também um exportador."

    A feira acontece em Bolonha até o dia 7 de abril.

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