A história do livro "O Escaravelho do Diabo" fez sucesso entre crianças e marcou gerações na coleção Vaga-Lume, da editora Ática –tanto que chegou à 27ª edição em agosto do ano passado.

A trama, escrita por Lúcia Machado de Almeida (1910-2005), sobre assassinato em série de pessoas ruivas, estreia na próxima quinta-feira (14) em uma adaptação aos cinemas. No entanto, muitos leitores do livro, cuja coleção é voltada para o fundamental 2 (para crianças de 10 a 14 anos), podem não conseguir assistir ao filme, que terá classificação indicativa para maiores de 12 anos.

"Não achei a classificação exagerada. Era o que desejávamos. As crianças dos 9 aos 12 anos têm amadurecimentos diferentes. Meu medo era de que a classificação fosse mais alta, de 14 anos", afirma o diretor Carlo Milani, que acredita, no entanto, que a classificação deve ser menor quando migrar para a TV.

Apesar de concordar com a idade mínima imposta a seu filme, Milani diz que existem coisas mais prejudiciais a quem tem menos de 12 anos do que seu filme. "Nos comerciais de programação para família passa muito conteúdo impróprio para criança. E isso é ainda pior, porque não tem como dar um filtro."

A HISTÓRIA DO FILME

Alberto (Thiago Rosseti) é um menino de 12 anos que tem uma vida normal. Não gosta muito de fazer as tarefas da escola e seu grande sonho é andar na moto de seu irmão mais velho Hugo (Cirilo Luna).

Até que um fato misterioso acontece com Hugo: ele recebe uma caixa com um escaravelho dentro. Dias depois, o irmão é encontrado morto dentro de seu quarto, com uma espada cravada no peito.

Mesmo abalado com a morte, Alberto quer de todo jeito encontrar o assassino do irmão. Ele se aproxima do delegado Pimentel (Marcos Caruso), que está investigando o crime, e havia prendido um suspeito, o namorado de uma menina pela qual Hugo era apaixonado.

Mas então outra morte acontece na cidade. Um homem, também ruivo, teria se jogado do prédio. É Alberto quem encontra na casa mais um escaravelho e descobre a associação: o assassino em série mandava o animal para as próximas vítimas, todas ruivas.

Enquanto o serial killer começa a matar os ruivos da cidade, a polícia, a imprensa e a igreja local tentam encontrar maneiras de encontrá-lo.

Assista ao trailer do filme:

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ADAPTAÇÕES

Mas por que ruivos? E por que mandar escaravelhos em uma caixa? A resposta para esses mistérios é diferente para quem leu o livro e quem assistiu ao filme –assim como outras peças da trama também sofreram algumas adaptações.

No livro, Alberto era um estudante de medicina de 22 anos. O inspetor Pimentel, no filme, aparece com a síndrome de Lewy –parecida com o Alzheimer, que esquece as coisas– o que dá um ar um tanto cômico e caricato ao personagem. As vítimas do assassino no longa também são outras se comparadas às do livro.

"Adaptação sempre é uma escolha difícil. É um clássico, por isso é atemporal. Essa história [do filme] é para um público atual, por isso julgamos ser interessante que fosse um menino, e não um estudante de medicina. Eles, nessa idade, têm muito mais acesso a informação", afirma o diretor Carlo Milani.

O bullying é outro assunto que entra na temática cinematográfica. "No filme, o bullying que fazem com o menino é grave. A mensagem é que uma 'besteirinha' pode ser um trauma sério na vida de uma pessoa", diz Thiago Rosseti, 13, ator que interpreta Alberto.

Thiago ainda não leu o livro que deu origem ao filme, mas quer fazê-lo em breve. "Minha escola pediu outro [da coleção Vaga-Lume]. Como há essa troca da idade do protagonista, a direção não deixou eu ler antes do filme para não me influenciar", diz.

A coleção Vaga-Lume ganhou edições com novas ilustrações e até capas que brilham no escuro. Veja abaixo quais título ganharam nova edição.

• "A Aldeia Sagrada"
• "Os Barcos de Papel"
• "Tonico"
• "O Feijão e o Sonho"
• "Spharion"
• "A Ilha Perdida"
• "O Escaravelho do Diabo"
• "A Turma da Rua Quinze"
• "Deu a Louca no Tempo"
• "Açúcar Amargo"