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    Livro de fotografia explora formato quadrado popularizado pelo Instagram

    DE SÃO PAULO

    29/08/2015 16h05

    REVER

    O compartilhamento de fotos no Instagram tem rendido frutos interessantes. Vários artistas e fotógrafos associaram-se à rede, explorando as possibilidades do formato quadrado.

    Reprodução

    É o caso de Gabriela Machado, que apresentou na Paris Photo, mais importante feira internacional de fotografia, esse trabalho, uma espécie de diário no qual registra não apenas imagens do cotidiano, mas também elementos e objetos que fazem parte do seu trabalho como pintora, recebendo elogios de Julien Frydman, diretor do evento.

    Em "Rever", nota-se um registro suave dos flagrantes do cotidiano, em 211 fotos. Segundo Frydman, este é o "primeiro livro-instagram". A belíssima edição dá a cada foto o tratamento de uma gravura.

    Como disse a poeta portuguesa Matilde Campilo, referindo-se às pinturas de Gabriela Machado, seu trabalho "é uma forma pura de dizer o namoro entre gente e natureza. Entre o sangue e a água, entre a linha de um braço e a linha desenhada". O mesmo pode se dizer de seu diário fotográfico, apesar da diferença de registro e tonalidade das imagens. (HEITOR FERRAZ MELLO)

    AUTOR: Gabriela Machado
    EDITORA: Madalena/Terceiro Nome
    QUANTO: R$ 90 (236 págs.)
    AVALIAÇÃO: ótimo

    *

    RETRATOS IMIGRANTES

    Entre 1892 e 1924, desembarcaram em Ellis Island cerca de 12 milhões de pessoas de diversas nacionalidades. Nessa porta de entrada dos Estados Unidos —por onde nem todos passavam, pois muitos eram mandados de volta—, o chefe de balcão do serviço de imigração, Augustus Frederick Sherman, aproveitava para registrar grupos e indivíduos que lhe pareciam exóticos, como conta João Kulcsár, num dos textos que compõem este livro de fotografias. Mas, lembra ele, Sherman pedia aos imigrantes que se vestissem com roupas típicas. E muitos as traziam em suas malas, vestiam-se e se deixavam fotografar.

    Reprodução

    Esse extenso material pesquisado por Kulcsár, como professor-visitante da Universidade de Harvard, compõem a parte central de "Retratos Imigrantes", cuja exposição, no Museu da Imigração, em São Paulo, fica até 6 de setembro. Nelas, encontramos, entre outros, uma bela mulher italiana, de olhar desconfiado e duro, o perfil de uma mulher de Guadalupe, ou ainda uma mulher sami da Finlândia, o rosto de uma garota finlandesa, o retrato de um alemão com o peito tatuado, ou Frank Woodhull, nome com que Mary Johnson, que se vestia com roupas de homem, entrou nos EUA.

    Há também, na abertura do livro, algumas poucas fotografias anônimas de imigrantes portugueses na Hospedaria do Brás, em São Paulo, já que se trata de uma obra que busca resgatar, pelas imagens, a experiência da imigração tanto nos EUA como no Brasil. (HFM)

    ORGANIZADOR: João Kulcsár
    EDITORA: Sesi-SP
    QUANTO: R$ 80 (184 págs.)
    AVALIAÇÃO: ótimo

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