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    Físico americano escreve livro criticando descobertas do passado

    DE SÃO PAULO

    31/10/2015 02h00

    Um Céu Mais Perfeito

    O livro fica no meio do caminho entre o perfil biográfico, a divulgação científica e a dramaturgia.

    A competência de Dava Sobel está estabelecida desde "A Filha de Galileu" (2000), em que ela conta a vida do astrônomo a partir das cartas de uma filha.

    Reprodução
    Um Céu Mais Perfeito, por Dava Sobel
    Um Céu Mais Perfeito, por Dava Sobel

    Em "Um Céu Mais Perfeito", sobre Copérnico, a jornalista americana confirma seu domínio narrativo, mas a obra perde com a hesitação entre os gêneros literários.

    A autora reconstrói o ambiente europeu do início do século 16 para dar o devido valor à revolução que significou a teoria heliocêntrica, mas não acrescenta "insights".

    O diferencial é o encontro entre o já idoso Copérnico e Rheticus, o jovem matemático que o convenceu a publicar sua obra. Como pouco se sabe dessa relação, Sobel optou por inventar diálogos, o que funciona para transmitir informação, mas não entusiasma como peça. (OSCAR PILAGALLO)

    AUTOR: Dava Sobel
    TRADUÇÃO: Ana Claudia Ferrari
    EDITORA: Companhia das Letras
    QUANTO: R$ 56,90 (328 págs.) e R$ 39,90 (e-book)
    AVALIAÇÃO: regular

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    Para Explicar o Mundo

    O físico Steven Weinberg critica as realizações da ciência no passado a partir do conhecimento atual, método que um historiador condenaria pelo anacronismo.

    Reprodução
    Para Explicar o Mundo, por Steven Weinberg
    Para Explicar o Mundo, por Steven Weinberg

    Ciente do "pecado", o prêmio Nobel se defende, esclarecendo ter escrito uma "história irreverente". Nesse diapasão, considera que os gregos, com seu esnobismo intelectual, tinham uma atitude que prejudicou grande parte da história da ciência.

    Weinberg enfatiza que a ciência moderna se diferencia pela exigência de que os pesquisadores verifiquem suas especulações. Ele admite que, como os gregos, "buscamos beleza em nossas teorias e utilizamos juízos estéticos como guia em nossa pesquisa", mas, ao contrário dos antigos, "não tomamos a beleza de uma teoria como prova convincente de sua verdade".

    Com um estilo acessível ao leigo, Weinberg também se dirige aos iniciados, dedicando as cem páginas finais a notas técnicas. (OSCAR PILAGALLO)

    AUTOR: Steven Weinberg
    TRADUÇÃO: Denise Bottmann
    EDITORA: Companhia das Letras
    QUANTO: R$ 49,90 (496 págs.) e R$ 34,90 (e-book)
    AVALIAÇÃO: bom

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    A Teoria Que Não Morreria

    A teoria a que se refere o título é a Lei de Bayes, elaborada em meados do século 18 e depois abandonada, inclusive pelo próprio autor, o reverendo Thomas Bayes.

    Divulgação
    A Teoria Que Não Morreria, por Sharon Bertsch McGrayne
    A Teoria Que Não Morreria, por Sharon Bertsch McGrayne

    Sharon McGrayne resume em uma linha o teorema: "Atualizando nossa crença inicial sobre algo com novas informações objetivas, temos uma opinião nova e melhorada".

    É sobre essa formulação, mais tarde chamada de "probabilidade de causas", que se ergueriam os pilares da criptografia e da computação.

    Esquecida durante um século e meio, a Lei de Bayes foi desenterrada pelo matemático Alan Turing para quebrar os complexos códigos de segurança da máquina de guerra nazista. Desde então, seus princípios vêm sendo usados em vários campos, inclusive a medicina preventiva.

    Apesar de algumas digressões, a autora estabelece conexões consistentes entre o princípio antigo e suas modernas aplicações. (OSCAR PILAGALLO)

    AUTOR: Sharon Bertsch McGrayne
    TRADUÇÃO: Gita K. Guinsburg e Marcio Honorio de Godoy
    EDITORA: Perspectiva
    QUANTO: R$ 88 (480 págs.)
    AVALIAÇÃO: bom

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