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    Com destaque para o 3D, Cannes terá grandes diretores e pouco espaço para o Brasil

    RODRIGO SALEM
    ENVIADO ESPECIAL A CANNES

    14/05/2013 03h33

    No momento em que a sala Debussy do Palais des Festivals projetar para uma plateia de cerca de 2.000 pessoas, todas com estranhos óculos na face, Cannes estará dando início a sua 66ª edição de forma histórica.

    Para diretor artístico de Cannes, falta dinamismo no cinema brasileiro

    A exibição, nesta quarta, de "O Grande Gatsby", do diretor Baz Luhrmann, marca a estreia de um filme com atores em 3D na abertura do festival de maior prestígio do planeta --em 2008, a animação "Up - Altas Aventuras" abriu o evento.

    "Cannes é um reflexo da atividade do cinema. Se o 3D estiver forte, ele terá espaço", afirma o diretor artístico do evento, Thierry Frémaux. "Acho que até temos poucos títulos em 3D neste ano."

    Poucos, mas muito simbólicos. Em 2013, além de um 3D abrir o evento, a França mostrará como Jean-Luc Godard, um de seus cineastas mais importantes, está trabalhando com a tecnologia.

    Godard, que prepara um longa em 3D chamado "Adeus à Linguagem", apresentará na Semana da Crítica o "The Three Disasters", parte de um projeto com o cineasta inglês Peter Greenaway e o português Edgar Pêra.

    Além disso, Bernardo Bertolucci mostrará seu clássico "O Último Imperador" convertido em 3D, e uma das maiores estrelas da Índia, Sherlyn Chopra, participará com "Kamasutra 3D".

    "Ninguém reclama por colocarmos filmes 3D em Cannes, mas sinto que a empolgação com essas obras é menor do que há cinco anos", diz Frémaux, sem perder sua visão crítica.

    "Admiro que os cineastas estejam usando 3D menos como truque e mais como escolha artística. O 3D, para eles, está sendo visto como o preto e branco, o cinemascope ou o technicolor."

    Editoria de Arte/Folhapress

    PESOS-PESADOS

    Cannes terá também nomes de peso que não investiram em novas tecnologias.

    Ethan e Joel Coen chegam com ares de favoritos com "Inside Llewyn Davis".

    Apesar de ter vencido o Oscar pelo roteiro de "Fargo" (1996) e direção, filme e roteiro adaptado por "Onde os Fracos Não Têm Vez" (2007), a dupla passou de mãos vazias duas vezes por Cannes.

    A concorrência não é fraca, contudo. Roman Polanski e Jim Jarmusch entram com a força de seus nomes com "Venus in Furs" e "Only Lovers Left Alive", respectivamente. Com "Le Passé", o iraniano Asghar Farhadi compete pela primeira vez desde o Oscar de melhor filme estrangeiro por "A Separação", em 2012.

    Os franceses comparecem com mais da metade do line-up. Entre os favoritos, "Jimmy P.", de Arnaud Desplechin, e "Jeune & Jolie", de François Ozon.

    Dos Estados Unidos vêm "Nebraska", novo road movie de Alexander Payne, e "The Immigrant", de James Gray, que teve quatro de seus cinco filmes selecionados para a Palma de Ouro.

    A mostra paralela "Un Certain Regard" traz também nomes experientes do cinema.

    Sofia Coppola abre o evento com "The Bling Ring"; já a francesa Claire Denis mostra seu longa "Les Salauds".

    James Franco atua e dirige no filme "As I Lay Dying" e Hany Abu-Assad revela seu projeto "Omar".

    BRASIL

    O momento do cinema brasileiro não é dos melhores no festival. O país disputou uma Palma há cinco anos, com "Linha de Passe".

    Em 2013, os esperados "Serra Pelada", de Heitor Dhalia, "Praia do Futuro", de Karim Aïnouz, e "Quando Eu Era Vivo", de Marco Dutra, não ficaram prontos a tempo para o evento francês.

    O país ficou relegado a seções paralelas com os curtas "Pátio", de Aly Muritiba, na Semana da Crítica, e "Pouco Mais de um Mês", de André Novais Oliveira, na mostra Quinzena dos Realizadores.

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