• Ilustrada

    Wednesday, 08-May-2024 20:22:31 -03

    Interesse na vida íntima da poeta Elizabeth Bishop joga luz sobre obra

    JULIANA GRAGNANI
    DE SÃO PAULO

    16/08/2013 03h05

    Poeta, feminista, homossexual e alcoólatra, a americana Elizabeth Bishop (1911-1979) vivia fugindo de rótulos. Desvalorizada em sua própria época, ela, que não acreditava em literatura como instrumento político, acabou tendo sua obra alavancada pelo feminismo e o movimento de afirmação gay.

    Atriz que vive Elizabeth Bishop teve medo de expor 'alguém tão contida'
    Crítica: Filme 'Flores Raras' é corajoso, mas não tão arrojado como pede a trama
    Opinião: Esperado pela comunidade lésbica, 'Flores Raras' vai além disso

    Essa é a conclusão do pesquisador americano George Monteiro, organizador de "Conversas com Elizabeth" (Autêntica), que chega agora às livrarias. O livro é uma coletânea de entrevistas concedidas pela poeta a veículos brasileiros e estrangeiros.

    "O interesse imenso por sua vida pessoal provocou uma releitura póstuma à sua obra", diz Monteiro.

    A curiosidade em torno da intimidade de Bishop, que ela pouco revela nas entrevistas, é satisfeita em parte com o filme brasileiro "Flores Raras", que estreia hoje em 200 salas.

    O longa retrata a vinda de Bishop ao Brasil em 1951, onde viveu por duas décadas.

    A poeta morou no Rio, onde se dividia entre a capital e Petrópolis, e manteve um relacionamento com a urbanista brasileira (nascida em Paris) Lota de Macedo Soares.

    "Nunca me senti uma exilada, mas também nunca me senti exatamente em casa", disse a poeta ao "Christian Science Monitor", em 1978.

    Essa afirmação sobre o Brasil é menos incisiva que sua opinião mais célebre --de que o país era "um horror", escrita em carta ao poeta americano Robert Lowell, em 1953.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024