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    Terror retorna aos quadrinhos brasileiros

    CESAR SOTO
    DE SÃO PAULO

    05/01/2014 03h21

    O terror, gênero popular nos quadrinhos brasileiros entre as décadas de 1960 e 1980, passa por uma retomada.

    Vampiros e zumbis saem do esquecimento e figuram nas capas de diversas publicações nacionais.

    A revista "Spektro", um dos títulos mais importantes do estilo nos anos 1970 e 1980 no Brasil -com tiragem que chegou a quase 40 mil exemplares-, será relançada no final de janeiro com HQs e matérias sobre o gênero.

    A responsável é a Ink Blood Comics, editora que também lançou, em outubro, a "Stigma", coletânea mensal de horror e ficção científica.

    Divulgação
    Ilustração do argentino Rodolfo Zalla, capa da revista 'Calafrio
    Ilustração do argentino Rodolfo Zalla, capa da revista 'Calafrio'

    "Nosso público é de saudosistas, embora a 'Stigma' tenha sido vendida para um público bem jovem. A série [de TV e quadrinhos] 'The Walking Dead' está fazendo os adolescentes procurarem o gênero", diz Fabio Chibilski, dono da editora.

    O interesse pelos mortos-vivos do norte-americano Robert Kirkman, cujas HQs de "The Walking Dead" estão frequentemente na lista de mais vendidos do jornal "The New York Times", tem refletido em títulos brasileiros.

    "Parafusos, Zumbis e Monstros do Espaço" (Veneta), novela gráfica do paraibano Juscelino Neco, chegou às livrarias em agosto.

    A história, que se aproxima da comédia, mistura criaturas, tripas, sangue e um anti-herói alcoólatra e viciado em pornografia.

    Em 2011, quase dez anos após o seu fim, a revista "Calafrio" foi retomada pelo seu criador, o quadrinista Rodolfo Zalla, 83. A publicação, que também reúne diversas histórias sangrentas, está em sua nona edição após a volta.

    "Nos anos 1960 e 1970, o terror era fenômeno de vendas em HQs, filmes e livros", diz Marcio Baraldi, diretor de "Ao Mestre com Carinho", documentário sobre Zalla.

    Segundo Baraldi, as editoras maiores evitavam o terror por considerarem o gênero uma subcategoria, o que beneficiou editoras menores. "Era só colocar o Drácula na capa que vendia".

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