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    Jurados de salão de arte em Fortaleza contestam premiação

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO

    22/01/2014 14h24

    Encerrada em novembro, a 64ª edição do Salão de Abril - Mostra Nacional de Arte Contemporânea, em Fortaleza, ainda é o centro de uma polêmica. Apontado como vencedor pelo júri ao lado de outros dois artistas, Zé Tarcísio não aceitou dividir o prêmio de R$ 70 mil e acabou ficando com esse valor mesmo com a comissão julgadora voltando atrás e nomeando Bruno Faria como o grande vencedor.

    Embora o edital previsse um prêmio único, o júri, formado por Ricardo Resende, Diego Matos e Eder Chiodetto, decidiu declarar Zé Tarcísio como grande vencedor, destinando a ele R$ 50 mil, mas optou por premiar também dois artistas —Bruno Faria e João Castilho— com menções honrosas, estipulando um valor de de R$ 10 mil para cada um deles.

    Segundo Chiodetto, a decisão de dividir o valor fora aprovada pela Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza, mas Tarcísio não aceitou e questionou o órgão público. Diante do impasse, o júri então decidiu dar o prêmio único a Bruno Faria, mas a quantia total (R$ 70 mil) já havia sido paga a Tarcísio.

    "Eles [a secretaria] desrespeitaram a comissão julgadora", diz Resende. "Não levaram em consideração nem a primeira nem a segunda decisão."

    "Quando a gente resolveu dar o prêmio ao Tarcísio, uma das questões que levantamos era a importância dele para a arte do Ceará, era um prêmio-homenagem e não só pela obra que estava lá", explica Chiodetto. "Mas como ele se recusava a ganhar o prêmio dessa forma, resolvemos premiar o Bruno Faria."

    Procurada pela Folha, a coordenadora de ação cultural da prefeitura, Germana Vitoriano, diz que a "comissão de seleção passou por cima das regras estabelecidas pelo edital" e que "a secretaria apenas tentou contornar o caso da melhor forma possível".

    Segundo Vitoriano, a secretaria tentou convencer Tarcísio a dividir o prêmio, mas ele foi "irredutível". Ela esclareceu que a decisão de dar o prêmio a outro artista "não foi validada" porque, segundo o edital, "o processo seletivo deve operar em etapa única".

    A reportagem tentou ouvir Zé Tarcísio, mas o artista não respondeu aos recados deixados na caixa postal de seu telefone.

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