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    Festa em comemoração à reabertura do Cine Belas Artes reúne 300 pessoas

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    24/01/2014 23h28

    'Rolezinho' não está na moda? Por que não um 'rolezão' pelo Belas Artes", questiona a psicóloga Selma Tavares, que não quis informar a idade.

    Ela era uma das 300 pessoas presentes na praça do Ciclista, próxima ao cruzamento entre a avenida Paulista e a rua da Consolação, no início da noite de hoje (24).

    O encontro era uma comemoração ao anúncio da reabertura do Cine Belas Artes, ali próximo, que fechou em 2011 por dificuldades financeiras. Com programação voltada para os filmes de arte, o cinema voltará a funcionar a partir de maio graças a uma parceria com a Caixa Econômica Federal.

    Quem organizou a festa foi o MBA (Movimento pelo Belas Artes), grupo de entusiastas do local que se reúnem desde que o local foi fechado.

    "Estamos celebrando a volta de um patrimônio afetivo da cidade", diz à Folha o jornalista Antonio Moura Reis, 74, um dos membros atuantes do MBA. "Minha primeira namorada eu encontrei aqui. Imagine quantos filmes não deixaram de ser vistos, quantos beijos não deixaram de ser dados desde o fechamento."

    Em meio a casais de meia-idade, "hipsters" de turbante e curiosos com lata de cerveja na mão, o professor de idiomas Mauro Pietroban, 21, andava com um adesivo no peito, de amor ao cinema.

    "Eu organizava as idas aos 'Noitões' [maratonas de filmes que rolavam nas madrugadas] pelo Orkut, conheci muitos amigos por causa do Belas Artes", afirma. Ele promete retomar o hábito, "agora pelo Facebook, claro".

    Frequentador assíduo, participava do cineclube e diz que ía ao Belas Artes duas vezes por semana. "Ver 'Lúcia e o Sexo' na tela grande foi maravilhoso", rememora.

    A farmacêutica Maria Helena de Andrade, que também participa do MBA, lembra que logo após o fechamento, o grupo chegou a estancar no Conjunto Nacional para coletar assinaturas de apoiadores. "Todo mundo que chegava dizia que tinha uma história com aquele lugar", afirma.

    "Era o cinema que estava sempre à mão", diz a psicóloga Selma. "Era meu oxigênio quando eu não estava legal, quando precisava espairecer."

    Ali perto, na Consolação, três pessoas aproveitavam a multidão e estendiam uma faixa pela criação do parque Augusta, atualmente em debate no âmbito municipal.

    Reinaldo Canato/UOL
    Público lota a praça do Ciclista, na avenida Paulista, em festa que comemorou a reabertura do Cine Belas Artes
    Público lota a praça do Ciclista em festa que comemorou a reabertura do Cine Belas Artes

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