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    Estudo mostra o que faz de um filme um forte candidato ao Oscar

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    09/02/2014 03h00

    Quer apostar no vencedor do Oscar de melhor filme? Escolha um drama biográfico ou de guerra, lançado perto do Natal e que seja recomendado a maiores de 17 anos (a classificação R, nos EUA). Se a trama versar sobre tragédia familiar, deficiência física ou repressão política, melhor.

    É o que diz recente estudo de sociólogos da Universidade da Califórnia, que perfilou quase 3.000 obras lançadas entre 1985 e 2009 com potencial para disputar o prêmio.

    Os pesquisadores criaram um algoritmo que mede as chances de um filme faturar uma estatueta com base em aspectos como gênero, data de estreia, tipo de distribuidor e até palavras-chave da trama, reunidas no IMDb (base de dados virtual sobre a produção cinematográfica).

    Editoria de Arte/Folhapress

    A classificação etária R, por exemplo, dá mais "mais flexibilidade artística" ao filme, segundo os autores do estudo. Já palavras-chave como "intriga política" ou "deficiências" seriam temas caros aos membros da Academia.

    "Eles gostam de temas sérios, de histórias morais", diz o pesquisador Gabriel Rossman. "Um dos termos mais frequentes nesses filmes é 'entretenimento', que tem tudo a ver com os votantes no Oscar [integrantes da indústria]".

    Rossman não aplicou o seu algoritmo para os atuais concorrentes, mas tem seus palpites para o dia 2/3 (TNT exibe a cerimônia). "'Trapaça' saiu bem no fim do ano, então é forte candidato. Mas '12 Anos...' é uma biografia histórica. É um típico ganhador."

    No quesito palavras-chave do IMDb, "12 Anos...", de Steve McQueen, não vai tão bem. O longa não tem nenhum termo entre os 200 mais 'oscarizáveis'. "O Lobo de Wall Street", de Martin Scorsese, tem dois: "drinque jogado na cara de outra pessoa" e "palestrante motivacional".

    "Trapaça", de David O. Russell, tem "suborno", "Gravidade", de Alfonso Cuarón, tem "Houston". Já "Nebraska", de Alexander Payne, tem "velhice" e "Clube de Compras Dallas", de Jean-Marc Vallée,"ativista".

    Especialista em premiações do cinema, Scott Feinberg, da revista "The Hollywood Reporter", também põe suas fichas em "12 Anos...".

    "É filme histórico, mas trata de temas contemporâneos como a segregação racial. 'Gravidade' é puro entretenimento e 'Trapaça' é uma comédia que não diz nada sobre os dias de hoje", diz à Folha.

    As previsões do 'oscarólogo' se baseiam nos prêmios dos sindicatos de atores, diretores, produtores e roteiristas, que antecedem o Oscar e são concedidos por muitos dos membros da Academia.

    O estatístico Nate Silver, famoso por prever resultados de eleições presidenciais americanas, costuma dar seus palpites para o Oscar com base nesses prêmios, mas ainda não opinou neste ano.

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