• Ilustrada

    Sunday, 19-May-2024 12:04:59 -03

    Sutil Cia. de Teatro interrompe atividades após duas décadas

    GUSTAVO FIORATTI
    DE SÃO PAULO

    13/02/2014 03h06

    Pode não ser definitivo. Mas o diretor Felipe Hirsch afirma que a Sutil Cia. de Teatro, criada em 1993 por ele, o ator Guilherme Weber e outros artistas de Curitiba, chegou a um ponto final.

    Hirsch diz que a decisão foi determinada por dois fatores: 1) porque o trabalho em grupo não oferece estabilidade financeira a seus integrantes; 2) com "vontade de variação", os membros da companhia desenvolveram atividades paralelas, colocando a pesquisa do grupo de lado.

    O trabalho da Sutil tornou-se referência a partir de "A Vida É Cheia de Som e Fúria", em 2000, até hoje lembrada pela aproximação com o público jovem, com a trilha passando por bandas como Pixies e Primal Scream.

    TV Cultura/ Divulgação
    O diretor de teatro Felipe Hirsch é o convidado do programa "Provocações", na TV Cultura
    O diretor de teatro Felipe Hirsch é o convidado do programa "Provocações", na TV Cultura

    Em sua trajetória, estreou mais de 20 montagens, a última delas "O Livro de Itens do Paciente Estevão" (2012).

    "Não queríamos divulgar isso, porque não sabemos se daqui a cinco, dez anos, alguma ideia vai servir de fagulha para a Sutil voltar", diz Hirsch. "Mas sentimos que cada um de nós estava em um caminho próprio e então chegamos à conclusão de que queríamos dar um tempo", explicou o diretor.

    Sobre os principais membros do grupo: a cenógrafa Daniela Thomas está se dedicando a grandes eventos (ela fez o pavilhão brasileiro da Feira de Frankfurt no ano passado) e à direção de uma peça. O ator Guilherme Weber está dirigindo um filme.

    O ator Leonardo Medeiros aceitou convites para o cinema e a televisão (atuou nos longas "Anita e Garibaldi" e "O Tempo e o Vento"), e o iluminador Beto Bruel tem projetos de peças autônomas.

    CENÁRIO

    Temporária ou não, a pausa da Sutil lembra que as companhias estáveis do país, fomentadas por recursos públicos, não são tão estáveis assim. Balançam com a instabilidade financeira; recriam-se com novos elencos.

    No ano passado, duas companhias importantes na história recente do teatro nacional cogitaram sair de cena. A Cia. Livre, dirigida por Cibele Forjaz, e a Cia. dos Atores, hoje em cartaz com "Conselho de Classe" (leia texto ao lado), citam problemas financeiros que ameaçaram a continuidade de suas pesquisas.

    A Cia. dos Atores não saiu ilesa: perdeu a atriz Drica Moraes e o diretor Enrique Diaz, dois pilares da formação original. Na Cia. Livre, quatro de oito artistas permanecem no chamado "núcleo duro".

    Há exceções, como o grupo Lume, de Campinas, que mantém sua formação original praticamente intacta.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024