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    Série 'House of Cards' chega hoje à 2ª temporada com fãs até no alto escalão

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    14/02/2014 00h01

    Kevin Spacey é o nome mais importante da política americana no momento. Pelo menos, se depender dos fãs importantes em Washington de seu Francis Underwood, político ganancioso e vil da série on-line "House of Cards", cuja segunda temporada estreia hoje, no Netflix.

    A série não foi a primeira on-line da história e nem mesmo a primeira original do Netflix —a honra cabe a "Lilyhammer", protagonizada por Steven van Zandt, de "Família Soprano". Mas nenhuma anterior conseguiu tanta repercussão e tantos prêmios.

    No ano passado, a escolha de David Fincher como melhor diretor de série dramática deu o primeiro Emmy da história a um programa feito para a internet.

    A série produzida ao custo de US$ 100 milhões (cerca de R$ 242 mi) colocou o Netflix de vez no radar do público e popularizou a "maratona" —quando o espectador vê todos os episódios de uma só vez, onde quiser (TV, tables, computadores).

    "Provamos que os espectadores querem estar no controle", diz Kevin Spacey, protagonista e produtor de "House of Cards", já renovada para terceira temporada.

    Com o sucesso do "thriller" político, de "Orange Is the New Black" e do retorno do seriado de comédia "Arrested Development", o Netflix alcançou 31 milhões de assinantes nos EUA, superando o canal fechado HBO, que tem 29 milhões.

    "Não me espanta ver grandes empresas de geração de conteúdo agora correndo atrás dos calcanhares do Netflix", afirma o ator.

    FÃS INFLUENTES

    Em dezembro, o presidente americano Barack Obama disse que desejava um Congresso tão rápido quanto o ficcional, liderado pelo personagem de Spacey, democrata sulista que não pensa duas vezes antes de manipular colegas e jornalistas para conseguir seus objetivos.

    "Eu gostaria que as coisas fossem implacavelmente eficientes", brincou Obama, na saída de uma reunião sobre a Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês). "É sério, esse sujeito está conseguindo fazer muito."

    Spacey respondeu ao presidente pelo Twitter, dizendo que mandaria o livro (fictício) "Como Chutar Traseiros e Influenciar o Congresso" para ajudar a aprovar projetos.

    "Foi uma resposta bem-humorada, não creio que esse livro chegará a ser publicado", diverte-se o geralmente sério Spacey, que diz não pensar em passar para o outro lado do jogo e virar político, mesmo fazendo filmes politizados e participando de campanhas presidenciais, como as de Jimmy Carter e Clinton.

    O verdadeiro líder da maioria no Congresso, Kevin McCarthy, deputado republicano pela Califórnia e uma das fontes do ator para compor Underwood, discursou que o político de Spacey "resume todas as coisas ruins que se ouvem sobre Washington".

    Nos primeiros episódios da segunda temporada, o roteiro de Beau Willimon, criador da versão americana inspirada pela série homônima da BBC, mostra que ninguém tem lugar cativo ali. Ele mata uma das personagens principais e adiciona uma nova carreirista para o lugar deixado por Underwood no Congresso.

    Depois de levar o Emmy de direção e o Globo de Ouro de atriz de série dramática (para Robin Wright), qual o próximo passo para o Netflix?

    O Oscar 2014. O documentário "The Square", de Jehane Noujaim, é o primeiro longa da empresa a concorrer ao prêmio mais famoso do cinema, em 2/3, em Los Angeles.

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