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    Alemão vai à Justiça contra apreensão de obras do 'tesouro nazista'

    DA AFP

    19/02/2014 17h14

    Cornelius Gurlitt, o octogenário alemão que tinha em sua posse o "tesouro nazista" revelado em novembro do ano passado, denunciou na Justiça a apreensão de sua coleção —que inclui quadros de Picasso, Monet e Renoir.

    Gurlitt guardou durante anos, em sua casa em Munique, cerca de 1.400 obras de arte, incluindo quadros de grandes mestres, que estão sob suspeita de terem sido espoliadas de judeus durante o regime nazista.

    As obras foram descobertas em fevereiro de 2012 durante uma investigação em seu apartamento, depois que as autoridades aduaneiras o encontraram em um trem da Suíça com 9.000 euros em dinheiro (cerca de R$ 29.584).

    O objetivo do recurso apresentado pelos advogados de Gurlitt é que ele possa recuperar a coleção.

    AFP
    Imagens divulgadas pelas autoridades alemãs; entre elas, há obras de Delacroix, Antoine Watteu, Pissaro, Paul Gauguin e Cezanne
    Imagens divulgadas pelas autoridades alemãs; entre elas, há obras de Delacroix, Antoine Watteu, Pissaro, Paul Gauguin e Cezanne

    "O senhor Gurlitt e sua defesa têm total consciência da dimensão moral deste caso", afirmou um de seus advogados. "No entanto, é preciso distinguir claramente o direito e a moral em um procedimento judicial", acrescentou.

    O porta-voz Stephan Holzinger ressaltou que o alemão não participou de nenhum ato questionável para comprar os quadros.

    Seu pai, Hildebrand Gurlitt, foi um marchand de arte encarregado pelo Terceiro Reich de vender obras confiscadas e espoliadas para conseguir divisas.

    HISTÓRICO

    Embora as obras tenham sido descobertas no início de 2012, o achado foi divulgado apenas no fim do ano passado em um artigo da revista "Focus", o que levantou inúmeras críticas em relação a lentidão das autoridades alemãs.

    Após alguns meses, uma lista com nomes dos quadros foi publicada no site lostart.de, para que fossem reconhecidos por possíveis donos.

    Este ano, no começo de fevereiro, outros 60 quadros foram encontrados, desta vez em uma casa de Gurlitt na Áustria, entre elas obras de artistas renomados como Renoir, Monet e outros impressionistas.

    Na segunda (17), em sua primeira manifestação pública após a descoberta das obras, Cornelius Gurlitt criou um site em que seus advogados afirmam que ele está "aberto à responsabilidade histórica".

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