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    Empregados da Cinemateca são 'voluntários', diz Ministério da Cultura

    JULIANA GRAGNANI
    DE SÃO PAULO

    20/02/2014 03h19

    A assessoria do MinC (Mistério da Cultura) disse anteontem à Folha que o projecionista e o bibliotecário da Cinemateca trabalharam "voluntariamente" na instituição no começo deste ano.

    A Folha apurou que cerca de 20 pessoas trabalharam na mesma situação. Ninguém foi informado, porém, de que trabalhou voluntariamente.

    Segundo empregados ouvidos pela reportagem, o diretor da Cinemateca, Lisandro Nogueira, prometeu uma ajuda de custo —sem benefícios como vale-refeição e vale-transporte— a eles, que ainda não foram remunerados.

    Via Lei de Acesso à Informação, o MinC informou em 7 de fevereiro que apenas 28 funcionários, todos servidores públicos, estavam trabalhando na Cinemateca.

    Na época, a biblioteca e as salas de cinema estavam em funcionamento, mas o bibliotecário e o projecionista não eram servidores públicos.

    Questionada sobre a contradição, a assessoria da pasta informou: "O projecionista e o bibliotecário foram contratados via acordo de cooperação com a RNP [Rede Nacional de Pesquisa], datado de 13 de fevereiro. Antes disso, os dois estavam trabalhando voluntariamente".

    A RNP é uma organização social ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia que abriu editais para a realização de trabalhos na Cinemateca.

    Questionada sobre o motivo pelo qual o projecionista e o bibliotecário não constavam na resposta ao pedido da Folha, a assessoria do MinC afirmou que a requisição não pedia o número de "colaboradores eventuais voluntários".

    A reportagem pediu, então, a quantidade de "colaboradores eventuais voluntários" da Cinemateca. A demanda não foi respondida até a conclusão desta edição.

    As irregularidades na contratação de profissionais é mais um capítulo da crise que se arrasta desde janeiro do ano passado na Cinemateca.

    Diante da crise, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse à Folha na última segunda que a instituição deve transformar-se em uma OS (organização social), modelo de gestão em que uma entidade privada faz contratos com o governo e passa a ter autonomia administrativa.

    Também na segunda-feira, Nogueira e o secretário do Audiovisual, Mario Borgneth, afirmaram que não tinham conhecimento sobre a forma de contratação do projecionista da Cinemateca.

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