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    Tecladista grego Yanni traz a SP show que passeia por rock, jazz e salsa

    THALES DE MENEZES
    ENVIADO ESPECIAL A MERIDA (MÉXICO)

    24/02/2014 03h05

    No mês que vem, um grego que se mudou para os EUA já adulto vai ocupar por quatro noites — ou mais, se a procura por ingressos aumentar ainda mais— o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

    Em sua terceira passagem pelo Brasil, o tecladista e compositor Yanni, 59, traz seu show, que muita gente acha, erroneamente, tratar-se de música new age.

    "Um rótulo dado nos Estados Unidos, nos anos 1980, 1990, que não tem mais significado", fala Yanni, pausadamente, como, aliás, convém a um artista new age. Ele ri do rótulo e, mais uma vez, o renega. "O que rege a minha música é a emoção, não ritmos ou gêneros. Desde o começo da carreira."

    Divulgação
    Yanni ao piano, à frente de alguns de seus músicos no show em Yzamal
    Yanni ao piano, à frente de alguns de seus músicos no show em Yzamal

    É preciso concordar com ele. Um dia antes da entrevista concedida num hotel em Merida, no México, Yanni fez show para 4.000 pessoas em um mosteiro erguido em 1502. Foi em Yzamal, microcidade a uma hora e meia de carro de Merida, mais um cenário exótico para suas apresentações —leia mais aqui.

    O que se vê no palco não tem nada a ver com a mistura de música de elevador com alguma transcendência espiritual que representa a new age. Em pouco menos de duas horas de show, Yanni e sua banda de instrumentistas afiados passeiam por quase tudo que tem na música pop.

    Com sua configuração inusitada, que inclui até um harpista no palco, o combo de Yanni pode fazer rock sinfônico — entenda-se algo como um Emerson, Lake & Palmer meio dançante—, baladas ao piano que não perdem em inspiração romântica para Elton John, canções de tom épico para aproveitar as vozes poderosas e educadas de suas duas vocalistas ou verdadeiros pandemônios dançantes de salsa e outras latinidades.

    E a sensação que fica é a de ter acompanhado uma versão condensada de um festival de jazz nada ortodoxo.

    Tudo ao mesmo tempo agora? "É difícil explicar o que fazemos, tem muita coisa diferente que a gente junta. Eu nunca me prendi a fazer uma coisa só, e tenho esses músicos fantásticos que estimulam uns aos outros e, principalmente, a mim", responde Yanni, desviando a conversa para uma das chaves de seu sucesso.

    NAÇÕES UNIDAS

    Durante o show, ele vai apresentando aos poucos sua banda. E surge uma espécie de "Nações Unidas de Yanni", com músicos nascidos em Cuba, nos Estados Unidos, na Armênia, na Rússia...

    O compositor explica que usa as experiências musicais dessas culturas diferentes para abrir mais ainda as variações de seu trabalho. Diz procurar as diferentes "cores" da música de cada país.

    Em cada apresentação, abre espaço para os solos, e são muitos: bateria, harpa, contrabaixo, violino... E aí, mesmo quem pode criticar Yanni por fazer um som multifacetado em demasia, uma mistura intensa de apelo comercial, se rende à qualidade excepcional de seus músicos — "eles são muito difíceis de encontrar", diz Yanni.

    Por isso, a plateia que está comprando os ingressos para as apresentações no Ibirapuera a partir de 20 de março — e também em Porto Alegre (dia 25) e Rio (27) deve se preparar para uma espécie de "menu degustação" musical. Um pouco de tudo, extremamente bem tocado.

    Divulgação
    Palco armado para show de Yanni em um mosteiro em Yzamal, no México
    Palco armado para show de Yanni em um mosteiro em Yzamal, no México

    Provavelmente não é um show para consumidores mais ligados a um ou outro gênero. No lugar de roqueiros radicais, puristas de jazz ou apreciadores do erudito, a audiência deve ser composta por gente que curte música como um passatempo, pronta para dançar ou ficar tocada pelos momentos de baladas e canções mais introspectivas — sim, Yanni também oferece isso.

    Acostumado a tocar em lugares exóticos como o Taj Mahal, a Acrópole ou a Cidade Proibida chinesa, Yanni explica que lugares fechados como o Ibirapuera também são divertidos para ele.

    "Claro que tocar numa montanha ou num castelo traz uma atmosfera sem igual aos shows, mas em ginásios e teatros temos controle total do show", diz — no dia anterior, a chuva quase estraga a festa no mosteiro de Yzamal.

    O jornalista THALES DE MENEZES viajou a convite da Poladian Produções

    YANNI
    QUANDO de 20 a 23 de março
    ONDE Ginásio do Ibirapuera, r. Manuel da Nóbrega, 1.361
    QUANTO de R$ 140 a R$ 800, no site www.ingressorapido.com.br
    CLASSIFICAÇÃO 16 anos

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