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    Escritor best-seller deixa pistas sobre morte de primeiro-ministro sueco

    ALISTAIR SCRUTTON
    DA REUTERS

    25/02/2014 18h29

    O assassinato não resolvido do primeiro-ministro sueco Olof Palme, em 1986, acaba de tomar novos rumos.

    O jornal "Svenska Dagbladet" informou nesta terça (25) que o escritor Stieg Larsson —autor do best-seller "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" — enviou à polícia, antes de morrer, 15 caixas com papéis que, segundo ele, ligavam o assassinato de Palme a um ex-militar sueco, que teria conexões com os serviços de segurança sul-africanos.

    Palme, crítico aberto do regime de segregação racial em vigor na África do Sul até 1994, foi morto por um tiro quando caminhava por uma rua no centro de Estocolmo, após sair de um cinema com sua mulher.

    Um homem foi considerado culpado em 1989, mas foi solto no mesmo ano. A polícia foi amplamente acusada de prejudicar a investigação.

    O homem que Larsson suspeitava ter sido o responsável pelo assassinato, Bertil Wedin, nega ter tido envolvimento no crime.

    "Nada tenho a perder com o estabelecimento da verdade, já que felizmente não sou o assassino", disse Wedin ao jornal sueco.

    A vice-procuradora-geral Kerstin Skarp, que comanda o inquérito policial permanente sobre a morte, disse que Wedin "não é alguém que estejamos buscando com alguma intensidade no momento".

    O nome do sueco não é novo na investigação. Já havia aparecido nos anos 1990 em meio a especulações da mídia sobre uma suposta conexão sul-africana no caso.

    HISTÓRICO

    Como no caso do assassinato de Kennedy nos Estados Unidos, a morte de Palme deu origem a uma enxurrada de teorias conspiratórias.

    Houve tantas investigações particulares por parte dos suecos que o assunto deu origem a uma palavra —"privatspanare", que significa patrulheiros privados.

    Alguns alegaram ter resolvido o caso, com teorias que variavam de um suicídio à ação de agências estrangeiras de espionagem, passando pelo próprio serviço secreto sueco, por separatistas curdos e pelas polícias secretas sul-africana e iugoslava.

    Palme, primeiro-ministro social democrata entre 1969 e 1976 e novamente entre 1982 e 1986, era odiado pelos conservadores suecos por suas posições anticolonialistas e por críticas feitas aos Estados Unidos. Alguns partidários da direita chegaram a acreditar que ele fosse um espião da KGB.

    "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" foi o primeiro livro da "Trilogia do Milênio", e deu origem a duas sequências cinematográficas, uma sueca e outra americana —estrelando Daniel Craig e Rooney Mara.

    Os livros de Larsson, morto em 2004 devido a um ataque cardíaco, venderam mais de 75 milhões de exemplares em 50 países.

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