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    Análise: 'Jesus Cristo Superstar' teve recepção tranquila no cinema

    THALES DE MENEZES
    EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

    26/02/2014 03h03

    Em agosto de 1973, "Jesus Cristo Superstar" chegou aos cinemas americanos e, cinco meses depois, foi lançado no Brasil, sem muita chiadeira.

    A polêmica se concentrou em 1971, quando o musical abriu carreira na Broadway.

    A adaptação cinematográfica dirigida por Norman Jewison já contemplava uma obra que em dois anos se transformara em grande sucesso até entre os católicos.

    O filme foi aceito como uma versão esquisita da Paixão de Cristo, com seus elementos anacrônicos —como as metralhadoras e os capacetes modernos dos soldados que prendem Jesus— e a linguagem de gírias modernas.

    As igrejas católicas brasileiras, que na época começavam a ter suas comunidades jovens —que levavam violões às missas e oravam em ritmo pop—, faziam propaganda favorável ao filme. Era um bom trunfo para atrair a moçada.

    Outra ópera-rock saiu do teatro para as telas no mesmo ano. "Godspell: A Esperança", dirigido por David Greene, adaptava o espetáculo montado em teatros alternativos em Nova York um mês depois da estreia grandiosa de "Superstar" na Broadway.

    O texto foi considerado mais ousado. "Godspell" se passa nos tempos atuais, com a encenação do Evangelho segundo São Mateus em bairros barra-pesada de uma grande cidade. O Cristo veste camiseta com a insígnia do Superman e o texto traz citações a fatos e personagens contemporâneos.

    "Jesus Cristo Superstar" é encontrado em DVD nas lojas brasileiras, que vendem também versões filmadas das montagens teatrais nos EUA e na Inglaterra. "Godspell" está fora de catálogo no Brasil.

    Os dois musicais passaram a conviver com outras adaptações "tradicionais" da morte de Jesus, desde "O Rei dos Reis" (1961) ao violentíssimo "Paixão de Cristo" (2004).

    Mas a visão mais transgressiva talvez seja de "Jesus de Montreal" (1989), do cineasta canadense Denys Arcand, dos também polêmicos "O Declínio do Império Americano" e "As Invasões Bárbaras".

    Ele mostra um grupo de atores montando a Paixão no teatro e os estranhos efeitos disso na vida deles.

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