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    Maior disputa da década opõe velho a novo cinema no Oscar

    GUILHERME GENESTRETI
    DE SÃO PAULO

    02/03/2014 03h00

    Na madrugada, quando o bordão "E o Oscar vai para..." for anunciado na categoria principal, cinco filmes estarão concorrendo em pé de igualdade. Esta é a edição mais disputada e imprevisível da premiação nos últimos dez anos.

    Nenhum favorito saiu consagrado nas premiações dos sindicatos —os termômetros mais confiáveis para prever o vencedor do Oscar por serem concedidos por muitos dos membros da Academia.

    O drama histórico "12 Anos de Escravidão", de Steve McQueen, dividiu com o blockbuster espacial "Gravidade", de Alfonso Cuarón, o prêmio do sindicato dos produtores —empate inédito na história da entidade.

    O sindicato de atores premiou "Trapaça", de David O. Russell. O longa faturou na categoria de melhor elenco, o equivalente a melhor filme na associação.

    O sindicato de diretores deu a estatueta a "Gravidade". Já a agremiação de roteiristas agraciou outros dois concorrentes: "Ela", de Spike Jonze (roteiro original) e "Capitão Phillips", de Paul Greengrass (roteiro adaptado).

    Nas edições anteriores, os sindicatos haviam sido mais uniformes. "Argo", de Ben Affleck, faturou todos os prêmios das associações, salvo o de roteiro original, e ganhou a estatueta no ano passado.

    "É provavelmente a disputa mais acirrada dos últimos tempos", diz a crítica Susan Wloszczyna, dos sites "Roger Ebert.com" e "IndieWire".

    Os mais cotados, segundo ela, são "12 Anos...", "Gravidade" e "Trapaça". "Cada um tem seus apoios. 'Trapaça' pelo trabalho dos atores, 'Gravidade' pelo aspecto técnico, e '12 Anos' pela importância cultural que falta nos outros."

    Editoria de Arte/Folhapress

    'CRU E BRUTAL'

    Susan aposta no filme de McQueen, mas pondera que o "retrato cru e brutal da escravidão" pode ser desfavorável.

    Na semana passada, diferentes veículos americanos publicaram informações de que alguns membros da Academia evitavam assistir a "12 Anos..." por causa das cenas de violência.

    Sasha Stone, analista do site "AwardsDaily", voltado às premiações, diz que este Oscar deve ditar os rumos da produção americana.

    "'Gravidade' é a Hollywood moderna: bem-sucedido, movido pela tecnologia, mas não muito profundo", afirma. Já "Trapaça" é o modelo antigo, "movido pelos atores".
    sem conforto

    Pete Hammond, do site "Deadline", vê outra tendência: a das histórias reais. Dos nove indicados, seis partem de casos verdadeiros.

    "Nenhum filme deste ano traz aquele componente especial que a Academia ama: o conforto emocional", diz o colunista Jeffrey Wells, do site "Hollywood Elsewhere".

    Segundo ele, "Gravidade" deve ser o vencedor. "Não traz aquele fetiche pela tortura como '12 Anos...' nem é sobre mentirosos, como 'Trapaça'."

    Wells torce, no entanto, para o filme de Martin Scorsese, "O Lobo de Wall Street", sobre a ascensão de um corretor de ações inescrupuloso. "É o único filme que será lembrado por décadas a fio, mas a Academia é muito conservadora para se dar conta disso."

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