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    Morre o escritor Joe McGinniss aos 71 anos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    11/03/2014 14h06

    O americano Joe McGinniss, conhecido por seus livros sobre líderes políticos e como personagem de ética questionada no celebrado "O Jornalista e o Assassino", de Janet Malcolm, morreu nesta terça-feira (11), aos 71, em Massachusetts, nos Estados Unidos.

    A morte foi anunciada na página do Facebook do escritor, que há meses oferecia informações sobre sua batalha contra o câncer de próstata.

    McGinniss se destacou no cenário jornalístico aos 26 anos, ao publicar "The Selling of the President 1968", obra sobre os bastidores da corrida bem-sucedida de Richard Nixon à Casa Branca. O livro logo virou best-seller.

    Nancy Doherty/Reuters
    O escritor Joe McGinniss, em foto de 2008
    O escritor Joe McGinniss, em foto de 2008

    A respeito dessa obra, o "New York Times" escreveu, em 2011, que "continua sendo uma façanha em termos de reportagem e análise, tão relevante hoje quanto quando apareceu pela primeira vez".

    Nos anos 1980, McGinniss publicou uma trilogia sobre crimes reais, "Fatal Vision", "Blind Faith" e "Cruel Doubt", todos adaptados para para a TV americana.

    Foi o primeiro desses três livros que o transformou no personagem central da hoje clássica obra da jornalista Janet Malcolm sobre a ética (ou a falta dela) na relação entre entrevistador e entrevistado.

    Em "Fatal Vision", de 1983, McGinniss contava a história de Jeffrey MacDonald, médico do Exército condenado pelo assassinato da mulher grávida e das duas filhas.

    Após a publicação do livro, que também virou best-seller, MacDonald processou McGinniss, alegando que este fingira considerá-lo inocente para conseguir depoimentos —quando, no livro, informava estar convicto de sua culpa desde o início.

    O processo terminou com um acordo extrajudicial, pelo qual McGinniss se comprometeu a ressarcir MacDonald em US$ 325 mil (cerca de R$ 760 mil) por danos morais.

    Em 1987, o advogado de McGinniss escreveu a Janet Malcolm criticando o desfecho do processo, já que um condenado fora beneficiado em detrimento do homem que escrevera sobre o crime.

    Ao apurar, Malcolm conclui que McGinniss agira de má-fé. O tema rendeu duas reportagens para a "New Yorker" e, em 1989, o livro "O Jornalista e o Assassino".

    SARAH PALIN

    Em 2010, o escritor Joe McGinniss voltou a chamar a atenção ao alugar uma casa vizinha à de Sarah Palin, no Alasca, para escrever uma biografia não autorizada.

    "The Rogue: Searching for the Real Sarah Palin" (2011), retrato pouco lisonjeiro sobre a política derrotada nas eleições presidenciais de 2008, foi o 11º e último livro do autor.

    McGinniss declarou que seu objetivo era escrever um livro que "traçasse a curiosa ascensão de Palin à proeminência política e ao status de celebridade mundial", expondo "a realidade confusa por baixo do mito de Palin".

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