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    'Sherlock é obviamente um bromance', diz criador da série

    ISABELLE MOREIRA LIMA
    DO RIO

    17/03/2014 12h00

    Mark Gatiss tem dois ícones britânicos nas mãos: o seriado "Dr. Who", que roteiriza desde 2005, e "Sherlock", que criou e escreve e em que atua.

    Nem por isso, ele diz, se sente intimidado ou pressionado pelo público.

    Segundo ele, a única coisa que as pessoas estranharam antes de assistir a "Sherlock" foi o fato de se passar nos dias de hoje. "Mas quando viram que fazia sentido, gostaram", disse à Folha durante o Rio Content Market, evento voltado ao mercado audiovisual, no Rio de Janeiro.

    A série, que teve sua terceira temporada exibida no Brasil em janeiro pela BBC, traz a história clássica escrita por Arthur Conan Doyle para a Londres dos anos 2010. No papel principal está Benedict Cumberbatch e Martin Freeman faz seu parceiro, o doutor John Watson.

    Mark Gatiss conta que convencer a BBC a realizar o projeto foi facílimo. "Eles apenas disseram 'O quê? Sherlock Homes? Sim!' Isso porque ele é o personagem mais conhecido de toda a literatura. E o fato de não ter roupas de época torna-o muito mais barato."

    Robert Viglasky/BBC
    Os atores Benedict Cumberbatch (à esq., como Sherlock Holmes) e Martin Freeman (como John Watson), na série de TV 'Sherlock', exibida no Brasil pelo canal BBC HD
    Os atores Benedict Cumberbatch (à esq., como Sherlock Holmes) e Martin Freeman (como John Watson), na série de TV 'Sherlock', exibida no Brasil pelo canal BBC HD

    Para roteirista, o coração da série é a relação entre Watson e Sherlock. "As armadilhas e os casos são secundários. Trata-se obviamente de um 'bromance'", diz referindo-se a nomenclatura dada ao subgênero que envolve uma forte amizade entre dois homens.

    Segundo Gatiss, este é um bromance clássico, sem nenhuma conotação sexual. "É claro que gostamos de fazer com que outros personagens confundam os dois com um casal para tirar um sarro deles."

    Curioso é pensar que a série nasceu de um 'bromance" da vida real. Gatiss teve a ideia de fazer a série com seu amigo de longa data Steven Moffat. Quando mostraram o piloto à BBC, a única exigência era que o formato fosse alterado de seis episódios de 45 minutos para três de 90.

    Gatiss diz que isso fez com que as histórias se tornassem mais complexas, com mais detalhas. Além disso, foi graças ao novo formato que ele acabou interpretando o personagem Mycroft, irmão de Sherlock, originalmente fora da série. "A melhor parte de fazer um personagem em uma série em que você é o autor é não ter que pedir permissão na hora de mudar as falas", afirma.

    Sobre "Dr. Who", diz que o segredo "é o mesmo de Madonna": se reinventar constantemente. A série foi ao ar no Reunio Unido em 1963 e teve 12 versões de lá para cá com diferentes atores interpretaNdo o doutor.

    Mark Gatiss afirma que os fãs são em geral conservadores e preferem uma versão que lembre a de sua infância. "Para escrever essa série, brigar com o conservadorismo é parte do desafio. Porque, claro, como roteirista quero fazer coisas inovadoras", afirma.

    Gatiss também está envolvido em "Game of Thrones". Na próxima temporada, ele interpretará um banqueiro que deve emprestar dinheiro para financiar uma guerra. "Não posso contar muita coisa. Só que me diverti muito durante as filmagens", afirma.

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