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    Musicais repetem fórmula em peças sobre Elis Regina e outras cantoras

    GUSTAVO FIORATTI
    DE SÃO PAULO

    19/03/2014 03h01

    As cantoras chegaram um pouco atrasadas na festa. A onda iniciada em 2011, de musicais que exploram vida e obra de músicos brasileiros, agora revisita discos de Elis, Rita Lee e Cássia Eller.

    "Elis, a Musical" entrou em cartaz no último fim de semana no teatro Alfa, depois da temporada no Rio que reuniu cerca de 80 mil espectadores.

    "Rita Lee Mora ao Lado" tem estreia marcada para abril, em São Paulo. E "Cássia Eller - O Musical" está previsto para maio no Rio.

    Lenise Pinheiro - 12.mar.2014/Folhapress
    Cena do musical 'Elis' ilustra o início da carreira da cantora, no Rio Grande do Sul
    Cena do musical 'Elis' ilustra o início da carreira da cantora, no Rio Grande do Sul

    Aniela Jordan, presidente da Aventura Entretenimento, que produziu "Elis", vê a possibilidade de ter havido uma corrida pela aquisição de direitos autorais, após o sucesso de "Tim Maia - Vale Tudo".

    A peça foi dirigida por João Falcão, o mesmo à frente de "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz" e de "Cássia Eller".

    De fato, "Tim Maia - Vale Tudo" teve vida longa para uma produção do gênero. Musicais costumam fazer temporadas de até seis meses. Mas o trabalho sobre o autor de "Chocolate" estreou em 2011 e até hoje faz turnês.

    Sua última temporada em São Paulo começou em janeiro e acabou no último fim de semana. Agora, a peça vai para Ribeirão Preto, Maceió e Recife.

    Obras de mestres da MPB funcionam também como garantia de bilheteria, admite Aniela. A produtora diz que o musical "7" —com músicas originais de Ed Motta e que portanto não mexiam com a memória afetiva do grande público— foi o que "mais rendeu prêmios e menos rendeu dinheiro à Aventura".

    Para Aniela, ainda é importante ter um selo por trás de uma produção cara ("Elis" consumiu R$ 10 milhões).

    Assim, as adaptações para os palcos de filmes de grande bilheteria —como "Se Eu Fosse Você", que estreia no Rio (leia abaixo)— podem ser agora um novo filão.

    "Mas isso vai ter de acabar. O público vai ficar entediado", diz Aniela. Em uma etapa posterior, prevê, as produtoras apostarão em espetáculos com músicas originais.

    Há, nas peças sobre a MPB, ainda, um padrão do qual ninguém escapa: seleção de repertório e historinhas biográficas costurando canções.

    Esse será o modelo de "Rita Lee Mora ao Lado", diz Márcio Macena, que assina a direção com Débora Dubois.

    João Fonseca, que dirigirá "Cássia Eller", diz que "musicais com canções reconhecíveis têm mais capacidade de atrair público e sucesso".

    Mas ele vê o fenômeno como resultado natural do momento. "Os musicais cresceram, e a consequência foi rever as obras dos brasileiros, voltar aos nossos autores e à nossa história", afirma.

    O filão também atraiu gente graúda (e desabituada ao meio). Dennis Carvalho, diretor da Globo, só teve três experiências no teatro nos últimos 40 anos, entre elas, como ator em "Hair" (1970).

    À frente de "Elis", ele pensa em apostar mais no gênero. Pode vir a dirigir uma peça sobre o comunicador Abelardo Barbosa, o Chacrinha. "Tenho vários convites. Não sei se me dedico ao teatro musical ou ao teatro falado", diz.

    ELIS, A MUSICAL
    QUANDO qui., às 21h; sex., às 21h30, sáb., às 16h e às 20h, e dom., às 17h
    ONDE Teatro Alfa, r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000
    QUANTO de R$ 40 a R$ 180
    CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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