Depois de um álbum de estreia elogiado, "Claridão" (2012), veio o medo. O cantor e compositor capixaba Silva, 25, que até então não acreditava na tal "síndrome do segundo disco", passou a sofrer com os seus sintomas.

"Você não quer repetir o que já fez e quer ver que riscos pode assumir", conta.

Se para seu criador o processo não foi fácil, para o ouvinte, a ideia é que "Vista pro Mar" soe muito leve.

	Rui Aguiar/Divulgação
	O cantor e compositor capixaba Silva, 25, na praia de São Pedro do Estoril, em Portugal

"É um disco para ouvir na beira da praia, da piscina, com um instrumental sem tanto drama", compara Silva com seu primeiro CD. "'Claridão' tem letras mais densas. Esse disco está mais de bem com a vida", diz ele, que mora em Vitória e não se enxerga em uma cidade sem praia.

O novo disco chega à iTunes Store nesta semana (a versão física sai em abril) após quatro singles já terem sido liberados na web —entre eles, "Okinawa", com Fernanda Takai nos vocais.

"Vista pro Mar" traz letras em português —a maioria sobre relacionamentos— em música eletrônica de batida leve. Os teclados e sintetizadores remetem aos anos 1980.

Com formação erudita em violino e já chamado de uma "mistura de Guilherme Arantes com James Blake", ele diz gostar das comparações.

"Tinha uma coisa interessante nos anos 1980. A Rita Lee, por exemplo, fazia álbuns dançantes. Depois se deixou de misturar essas influências gringas na MPB. Parece que ficou um medo", avalia.

O grande momento para mostrar o novo repertório será em 5 de abril, no festival Lollapalooza, em São Paulo.

Silva se apresentará com nova banda, ampliada de um para três músicos, para ficar "mais livre" no palco. Além do baterista Hugo Coutinho, a formação terá agora o baixista Rodolfo Simor e o guitarrista Giuliano de Landa.

VISTA PRO MAR
ARTISTA Silva
GRAVADORA Slap/Som Livre
QUANTO R$ 25 (em média)