Com carreira sólida no cinema, no teatro e na televisão, tanto como ator quanto como dramaturgo, Gero Camilo prefere ser chamado simplesmente de artista, nome em que cabem suas diferentes atividades.

O cearense de 43 anos — há 20 em São Paulo— não quer limitar vocações. Após estrear como cantor e compositor em 2008, com o CD "Canções de Invento", Camilo lança agora seu segundo disco, "Megatamainho".

	Karime Xavier/Folhapress
	O artista Gero Camilo em São Paulo

"Defendo meu cantor e meu ator. Mais que defender, respeito os momentos. Tem horas em que eles é que não me respeitam e tenho que dar conta de tudo", ri ele, que não pretende deixar o teatro.

Para montar o repertório do novo disco, Camilo selecionou principalmente canções de sua autoria ou em parceria com amigos, como Otto, Luiz Caldas, Vanessa da Mata e Rubi.

Apenas duas faixas não levam sua assinatura: a roqueira "Amor em Ode ao Sol", de Cristiano Karnas e Luís Miranda, e o forró romântico "Chuchuzeiro", de Criolo.

Se esta fala de amor com leveza, outras já são mais carregadas de reflexões políticas. A faixa-título, por exemplo, surgiu a partir de uma conversa com o ator Caco Ciocler sobre os conflitos entre judeus e palestinos.

"A gente põe fronteira em tudo, mas, olhando de cima, nada disso existe — de baixo também—, a não ser quando a gente impõe. A letra relativiza fronteiras", diz.

No disco, gravado entre o Recife e São Paulo, o artista reflete sua diversidade também na escolha dos ritmos. As faixas passam por rock, forró, samba, reggae, baladas.

"Não existe o menor esforço em ir em busca do gênero. Isso nasce naturalmente da minha relação com meu gosto, de receber as coisas sem preconceito", avalia.
Conciliando as atividades no teatro, Camilo pretende fazer em breve uma turnê nacional com "Megatamainho", ainda sem data para início.

MEGATAMAINHO
ARTISTA Gero Camilo
GRAVADORA independente
QUANTO R$ 30; à venda na loja Sensorial Discos, r. Augusta, 2.389, tel. (11) 3333-1914