O centro de arte Henie Onstad, na Noruega, anunciou nesta sexta-feira (21) que irá devolver um quadro do pintor francês Henri Matisse aos herdeiros do marchand judeu Paul Ronberg, após ser comprovado que a obra foi confiscada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

O cofundador do museu, que fica nos arredores de Oslo, comprou o quadro "Robe Bleue Dans un Fauteuil Ocre" (vestido azul em uma cadeira ocre), em uma galeria em Paris em 1950. Desde então, a obra faz parte da coleção do centro de arte.

No entanto, há dois anos, a direção do museu recebeu uma reclamação da família de Paul Ronberg dizendo que o quadro era uma de suas 162 obras confiscadas em 1941, durante a ocupação nazista da França.

	Terje Bendiksby/AFP
	Tone Hansen, diretora do museu Henie Onstad, e Christopher A. Marinello, representante da família Rosenberg, em frente ao quadro de Matisse

"Uma investigação do caso levou a conclusão de que a reclamação é legítima e o museu decidiu devolver a obra sem qualquer ressalva", declarou hoje seu diretor, Halvor Stenstadvold, em uma coletiva de imprensa em Oslo.

Esteve também presente no evento Christopher A. Marinello, representante legal da família Rosenberg, que parabenizou o museu por sua decisão.

"Ao final, o caso se solucionou pela força moral da alegação. Não havia nenhuma dúvida de que a família Rosenberg tinha direito a receber de volta o quadro", disse Marinello.

A obra está avaliada em 100 milhões de coroas norueguesas (cerca de R$ 38,5 milhões) e é considerada um dos principais trabalhos de pintores estrangeiros na Noruega.

O centro de arte Henie Onstad foi criado em 1968 pelo magnata e colecionador norueguês Niels Onstad e sua mulher, Sonja Henie, uma popular esportista e atriz de cinema no país, tricampeâ olímpica e dez vezes campeã mundial de patinação no gelo nas décadas de 1920 e 1930.