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    'Dr. House da psicologia' protagoniza série

    FERNANDA REIS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    23/03/2014 03h40

    Os problemas dos outros nos fascinam porque são uma porta de acesso às nossas próprias questões. A opinião é de Contardo Calligaris, psicanalista e colunista da Folha, autor de "Psi", série que estreia hoje na HBO e na qual transtornos variados não faltam.

    Os 13 capítulos acompanham Carlo Antonini (Emílio de Mello), psicanalista com atração por casos desafiadores. Uma espécie de doutor House, da série homônima, da psicologia. A cada episódio, de uma hora de duração, Carlo se envolve com um personagem diferente.

    Segundo Maria Ângela de Jesus, diretora de produções originais da HBO na América Latina, o canal não tinha interesse, inicialmente, em uma série sobre psicologia.

    Divulgação
    Ator Emílio de Mello caracterizado como o psicanalista Carlo Antonini, protagonista do seriado 'Psi', do canal HBO
    Ator Emílio de Mello caracterizado como o psicanalista Carlo Antonini, protagonista do seriado 'Psi', do canal HBO

    "A HBO não escolhe temas, escolhe talentos e vê o que querem fazer. A gente sempre lia a coluna do Contardo na Folha, discutia, gostava."

    Depois de algumas conversas, o autor pensou que seria interessante levar à tela da TV o personagem Carlo Antonini, de seus livros "O Conto do Amor" e "A Mulher de Vermelho e Branco". As histórias do seriado são inéditas.

    Segundo Maria Ângela, o canal não se preocupa com uma comparação com a série "Sessão de Terapia", sucesso do GNT. "São séries diferentes. Lá o foco é a história dos pacientes, aqui é o 'psi'."

    PRESENÇA NO SET

    Calligaris assina o roteiro com Thiago Dottori ("Pedro e Bianca"). Sobre a experiência, diz: "É melhor sacrificar pretensões estilísticas e ser claro. É uma forma pouco cansativa de escrever porque você engaja pouquíssimo narcisismo".

    Para tratar dos temas corretamente, Calligaris esteve bastante presente no set. "Ele enlouqueceu um pouco a produção", brinca Maria Ângela. O autor explica que algumas coisas eram difíceis de colocar no roteiro.

    "Um 'psi', por exemplo, nunca responde quando o paciente se despede e diz 'muito obrigado'. O Emílio, que é um cara educado, às vezes respondia 'de nada' no reflexo. Aí eu falava com ele", conta.

    Na estreia, serão exibidos os dois primeiros episódios em sequência, estratégia que o canal tem adotado com algumas produções.

    "O piloto apresenta a série. É no segundo que ela, de fato, alavanca e ganha corpo", explica Maria Ângela.

    No primeiro capítulo, Carlo se interessa pelo caso da filha criança de uma malabarista, que havia recebido o diagnóstico de autismo.

    No segundo, ele tenta se aproximar da namorada de seu enteado, que se automutila, com a ajuda da colega e amiga Valentina, personagem de Claudia Ohana.

    Para criar os casos da série, Calligaris se inspira em suas leituras e em suas quase quatro décadas em clínicas. "É uma massa de histórias que chegaram à minha vida. São histórias que passaram a ser parte da minha história."

    A HBO aguarda a recepção do público para decidir sobre uma segunda temporada da série. Emílio já se coloca à disposição: "Faria quatro, cinco temporadas. É um personagem muito rico".

    NA TV
    Psi
    Estreia da série
    QUANDO hoje, às 21h, na HBO
    CLASSIFICAÇÃO 16 anos

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