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    Desfiles vão de praia a protesto fashion na São Paulo Fashion Week

    PEDRO DINIZ
    COLUNISTA DA FOLHA

    01/04/2014 12h32

    As grifes Tufi Duek e João Pimenta entram de cabeça na estética do surfe para produzir um verão 2015 que já começa pronto para consumo e com apelo para a rua.

    No primeiro dia da São Paulo Fashion Week, ontem, ternos com chinelos e falsos vestidos —que, na verdade, são macaquinhos— elevaram a temperatura no Parque Candido Portinari, onde ocorrem os desfiles.

    João Pimenta uniu os universos do surfe e da alfaiataria para produzir um "executivo surfista". O estilista produziu tecidos exclusivos. Algumas peças parecem até saídas de um tear manual mas, quando tocadas, revelam-se tecnológicas, macias e sem resquício da rusticidade da qual o designer tanto gostava em outras coleções.

    Pimenta desconstruiu o terno, tirando o colete e botando a tesoura nas mangas e nos ombros, que recebem tratamento matelassado.

    Os casacos de neoprene, referência tirada da indumentária dos surfistas, são pontos altos dessa coleção.

    PERIGUETE

    Já Pombal usou tricoline, ráfia e laise de algodão em peças típicas dos anos 1960. Nem os tons futuristas (prata, branco e off white) nem a geometria do movimento art déco tiraram o selo "moda de periguete" da coleção.

    Curtos, curtíssimos, justos e justíssimos definem o comprimento e a silhueta proposta pelo designer, que pescou referências na arquitetura de piscinas dos anos 1950 e 1960.

    Já a coleção de Priscilla Darolt para a Animale foi construída com couro, rendas e látex. As xilogravuras do Nordeste brasileiro, fonte de inspiração, foram impressas em tecidos dupla face.

    Darolt foi de mala e cuia para Pernambuco e pegou a renda renascença de volta. Exibiu couro rendado cortado a laser que enfeitou tops geométricos e saias, ora mídis, ora curtíssimas
    A Cavalera de Alberto Hiar, o Turco Loco, encerrou o primeiro dia de desfiles com um desfile-protesto.

    Com Débora Secco e Letícia Spiller na primeira fila, as modelos desfilaram o "Woodstock em Bali" que o estilista criou com várias referências aos anos 1970.
    Na passeata fashion, modelos carregavam cruzes em protesto contra impunidade, preconceito etc.

    A grife Cavalera tentou reproduzir um clima de balneário no cenário urbano, com estampas de palmeiras e florais e formas esvoaçantes, repletas de franjas, vestidos longos e robes.
    A coleção tem calças presas com cadarços e shorts para cair nos festivais de música de um verão paz e amor.

    A cartela de cores é inspirada na fauna brasileira e na ilha de Bali (Indonésia).

    Já os tecidos vão do jacquard com fios dourados e da musseline ao jeans de algodão com lavagem básica.

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