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    Brasil abre festival de teatro de Bogotá, na Colômbia, com 'Gonzagão'

    JULIANA VINES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BOGOTÁ

    02/04/2014 03h05

    Em busca de novidades na cena teatral do Brasil, a colombiana Anamarta de Pizarro, diretora do Festival Iberoamericano de Teatro de Bogotá, veio ao país no ano passado. Foi quando assistiu a "Gonzagão — A Lenda" e ficou encantada.

    "Eu me apaixonei. A música é um elemento muito importante da cultura brasileira. Logo pensei em trazer o espetáculo a Bogotá, como uma homenagem ao Brasil", disse Pizarro à Folha.

    Seu plano deu certo: nesta sexta-feira, o musical, com direção de João Falcão, será apresentado para 1.400 pessoas no Teatro Jorge Eliécer Gaitán, no centro da capital colombiana, durante a abertura da 14ª edição do festival de teatro de Bogotá.

    Divulgação
    A atriz Ondina Clais Castilho (centro) como a prostituta Geni na peça 'Toda Nudez Será Castigada'
    A atriz Ondina Clais Castilho (centro) como a prostituta Geni na peça 'Toda Nudez Será Castigada'

    O Brasil é o convidado de honra do evento e levará ao país outras seis peças, além do bloco "Os Negões", de Salvador, que fará o desfile inaugural dos espetáculos de rua, no sábado. "Será um grande Carnaval", prevê Pizarro.

    O festival colombiano, realizado bienalmente, tem 26 anos, é considerado o maior da América Latina e está entre os maiores do mundo.

    "As peças se espalham por uma cidade com cerca de 8 milhões de habitantes", diz a diretora.

    Nesta edição, companhias de 25 países dos cinco continentes apresentarão mais de 50 peças em 16 dias. Isso sem contar a participação de 39 grupos colombianos.

    Entre as atrações, são destaques a montagem russa da peça de William Shakespeare "A Tempestade", do diretor britânico Declan Donnellan, e uma minimostra de países nórdicos, incluindo obras da Finlândia, da Dinamarca e da Noruega.

    Do Brasil, irá a Bogotá uma mistura de peças consagradas. Há desde "Toda Nudez Será Castigada", de Nelson Rodrigues, dirigida por Antunes Filho, até montagens de dramaturgos mais jovens.

    Entre as últimas está a peça "Maravilhoso", com texto de Diogo Liberano, também escolhida por Pizarro.

    "É uma obra que fala ao público jovem. Fiz uma aposta e não me equivoquei, porque já foram vendidos 98% dos ingressos."

    A seleção brasileira ainda inclui "O Jardim", da Cia. Hiato, "A Dama do Mar", dirigida por Bob Wilson, "Amores Surdos", da companhia Espanca!, e o teatro de rua do Grupo Galpão, com "Till, a Saga de um Herói Torto".

    PRIMAVERA

    A escolha das peças foi feita pela curadoria do festival. O pedido do governo brasileiro, segundo Pizarro, foi que a programação contemplasse jovens dramaturgos e refletisse a cena teatral do país.

    Para a diretora, o trabalho foi difícil porque "o Brasil vive uma primavera teatral. Tivemos que deixar muita gente boa de fora".

    "Claro que, se pudéssemos, levaríamos muito mais obras. Mas oito é bastante, é uma oportunidade para o Brasil se mostrar no exterior", afirma a ministra da Cultura, Marta Suplicy.

    A ministra vai à Colômbia para a abertura do evento. Entre os participantes brasileiros, cinco grupos têm apoio dos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores.

    Na abertura do festival será lançado um livro com 14 obras de novos dramaturgos brasileiros traduzidas para o espanhol. Leituras dramatizadas dos textos estão na programação do evento.

    "O livro será depois traduzido para outras línguas", afirma Rodrigo Almeida, chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil na Colômbia.

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