Secretário-executivo da Fundação São Paulo, entidade religiosa mantenedora da PUC-SP, o padre José Rodolpho Perazzolo disse que o e-mail enviado pelo pró-reitor "não reflete a verdade" e negou que tenha havido veto ou censura vinculados ao conteúdo do filme.

"Isso nunca seria um decisão de um indivíduo isolado. Por uma sinopse você não pode conhecer o filme", afirmou. Ele não soube precisar, no entanto, se o tema foi discutido em alguma reunião do Consad (Conselhode Administração da universidade), comitê que reúne membros da fundação e da reitoria.

Segundo o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Antonio C. Gobe, o e-mail com a negativa foi redigido por sua secretária. "As filmagens iriam acarretar problemas de ordem operacional, logística, daí a recusa. Houve uma confusão de minha secretária no momento de escrever", disse Gobe, em entrevista por telefone.

A reportagem perguntou se o veto em relação à sinopse do filme foi, então, inventado pela secretária. "Não falo de invenção, prefiro falar de um mal-entendido", disse o pró-reitor. (GL)

Aline Arruda/Divulgação

Clara Gallo no papel de Estela, em cena de 'Califórnia', dirigido por Marina Person, sobre anos 1980