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    Baladona dos Bálcãs começa hoje em São Paulo

    IARA BIDERMAN
    DE SÃO PAULO

    23/04/2014 11h26

    A partir de hoje, turcos, gregos, búlgaros, sérvios, ciganos e simpatizantes estarão em São Paulo colocando na roda sua herança de ritmos e movimentos.

    O Festival de Música e Danças dos Bálcãs, que começa nesta noite no Sesc Pompeia com a apresentação da banda brasileira Mawaca e suas interpretações de músicas dos povos nômades, é a maior reunião de grupos internacionais e nacionais dedicados às artes da península balcânica.

    A programação de duas semanas inclui, além das apresentações de música e dança, aulas abertas e cursos para professores do ensino fundamental e várias festas.

    A dança é fio condutor de todas as atividades, segundo a paulistana Betty Gervitz, curadora do evento, professora e pesquisadora dessas e outras danças étnicas.

    "A península balcânica é a parte do mundo onde a roda tem mais força. Até por questões políticas, eles mantiveram esse estilo coletivo de dançar", diz Gervitz.

    A música vem junto, sempre. Pesquisador das danças de seu país, o grego Kyriakos Moisidis afirma: "Para os músicos, não faz sentido tocar se não é para dançar. E vice-versa para os bailarinos".
    Um dos convidados do festival, Kyriakos se apresentará com a banda Methorios. Ele também vai ensinar, em workshops, os diferentes estilos de dança de seu país.

    "As pessoas pensam que conhecem dança grega, mas só conhecem o que é feito para turistas ou para o cinema. Vou ensinar coisas de diversas áreas do país, com passos e ritmos diferentes dos que as pessoas estão acostumadas a ver. Será uma viagem por toda a Grécia", afirma.

    TURQUIA

    Outra viagem, no mesmo barco do festival, será comandada pelo turco Ahmet Luleci, que vem com o Istambul Quartet. Vivendo nos Estados Unidos desde 1985, onde dirige o Collage Dance Ensemble, Luleci combina uma carreira de bailarino profissional com aulas e eventos de dança para amadores.

    "É incrível que, muitas vezes, você pode fazer exatamente os mesmos movimentos feitos no palco, só que com dezenas, centenas de pessoas", diz. Há um apelo especial porque, em vez de cada um dançar só, todos embarcam na mesma coreografia", diz Luleci.

    O interesse pela cultura balcânica está crescendo, segundo o canadense Yves Moreau, 65, que se apaixonou pelas danças de roda búlgaras quando tinha 17 anos.

    "Em grandes cidades como Montréal, onde vivo, as pessoas querem ter uma sensação de pertencimento, e fazer essas danças é como recriar uma aldeia", diz Moreau.

    Com a Orquestra Izvor, ele vai mostrar as sutilezas que diferenciam a dança da Bulgária da de seus países vizinhos, assim como o estilo peculiar de tocar instrumentos conhecidos, como o acordeom, ou exóticos como a gaida, gaita de fole búlgara.

    Finalizando o elenco internacional, o americano Michael Ginsburg e mais uma dezena de músicos de sua brass band Zlatne Uste vão botar a boca no trombone para fazer todo mundo dançar.
    Além das apresentações e dos workshops de dança, a programação terá práticas de música com os grupos internacionais convidados.

    O festival também terá bandas nacionais: Mawaca, que abre a programação, Bálkãn Neo, com sua fusão de ritmos dos Bálcãs com música instrumental brasileira, Mutrib e sua pesquisa de sons mediterrâneos, ciganos e orientais, e Orkestra Bandida, especializada no fasil, estilo cigano tocado em cabarés.

    Nas festas programadas, os grupos brasileiros e internacionais vão tocar com um DJ as músicas e danças aprendidas nos workshops ou improvisadas na hora.

    Editoria de Arte/Folhapress

    DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

    Mawaca
    Grupo abre o evento apresentando o repertório do disco "Inquilinos do Mundo", hoje, às 21h.

    Zlatne Uste e Methorios
    A banda grega Methorios, que utiliza instrumentos tradicionais de seu país, encontra a brass band na sexta (25), às 19h.

    Bálkãn Neo
    O grupo apresenta uma fusão de ritmos do leste europeu e do Brasil no sábado (26), às 18h.

    Danças circulares com Kyriakos Moisidis
    O estudioso das danças gregas promove um workshop com a história e os passos do país. No domingo (27), às 10h45.

    Prática de música dos Bálcãs com Zlatne Uste
    Voltado para músicos, o workshop apresenta técnicas e estilos da região. No domingo (27), às 15h.

    Festa dos Bálcãs
    Aberta pelo coletivo de DJs Venga, Venga!, a festa terá Michael Ginsburg, Zlatne Ustne, Kyriakos Moisidis e Methorios. No sábado (26), às 20h30, e no domingo (27), às 18h.

    FESTIVAL
    ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, tel. (11) 3871-7700
    QUANTO de R$ 4 a R$ 20 (shows, festas e workshops de dança); de R$ R$2 a R$ 10 (workshops de música).
    Programação completa em sescsp.org.br

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