Recontar a história da exuberância da moda italiana serve de alento aos saudosos da pompa e circunstância nesses tempos em que o glamour está em baixa, com o retorno dos looks esportivos aos guarda-roupas de festa.
Serve também como registro da influência da Itália na formação da cultura de moda mundial.
Na mostra "Italian Glamour", em cartaz na Cidade das Artes, no Rio, o espectador passa por 70 anos da história da moda italiana por meio de vestidos e croquis de estilistas e marcas que marcaram época, como Valentino, Gucci, Prada, Fendi e Emilio Schubert.
São peças colhidas em brechós e coleções particulares que formam o acervo dos empresários italianos Enrico Quinto e Paolo Tinarelli, curadores da mostra no Rio.
"Mais do que mostrar como a tradição das roupas sob medida foi simplificada com a produção industrial e a confecção do prêt-à-porter, queríamos contar como a moda se adapta a cada mudança histórica, da conquista do espaço à entrada no universo virtual", diz Quinto.
Entre as raridades que trouxeram para a exposição no Brasil, destacam-se vestidos de Wallis Simpson (1896-1986), duquesa de Windsor, e das atrizes Ava Gardner (1922-1990), Audrey Hepburn (1929-1993) e Sophia Loren.
"Glamour é uma questão de sedução e de charme, de fascinar o público. A atração da moda italiana está em ser prática e elegante, não extravagante", afirma Quinto.
Ele discorda da fama que as grifes italianas carregam de serem sexy demais. "As marcas e os estilistas apenas atendem ao desejo da mulher de ter uma moda feita para seu corpo", diz ele.
A retomada de prestígio que a Itália passa no cenário da moda mundial também encontra eco na exposição "O Glamour da Moda Italiana 1945-2014", que o museu Victoria & Albert, de Londres, abriu neste mês.
Na mostra britânica, dez das 80 peças expostas foram cedidas do acervo de Quinto e Tinarelli. (PD)
ITALIAN GLAMOUR
QUANDO de ter. a dom., das 10h às 18h. Até 6/7
ONDE Cidade das Artes, av. das Américas, 5.300, Barra da Tijuca, RJ
QUANTO grátis