• Ilustrada

    Saturday, 27-Apr-2024 03:32:38 -03

    Wagner Moura prevê reação moral ao seu personagem gay em novo filme

    THALES DE MENEZES
    EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

    02/05/2014 03h00

    Wagner Moura, 37, usa a expressão "forças conservadoras" em dois momentos de uma longa entrevista dada à Folha, em São Paulo.

    Primeiro, quando fala de possíveis reações negativas ao filme que lança no dia 15, "Praia do Futuro", dirigido por Karim Aïnouz, no qual interpreta um homossexual que troca o Ceará por Berlim.

    'O que é um filme gay? Não sei', diz Wagner Moura

    Depois, ao comentar o cenário político. Wagner diz não saber em quem votar no segundo semestre e estranha a morte do coronel Paulo Malhães semanas após depor na Comissão da Verdade.

    "Um cara diz publicamente que matou, torturou, fez o diabo e, no mês seguinte, morre? É queima de arquivo, mostra como as forças conservadoras são atuantes."

    Para ele, "o Brasil é um país muito conservador". Chama de "falaciosa" a ideia de um país liberal. "Não tenho dúvida de que vai haver uma reação moral a 'Praia do Futuro', pelo fato de eu ser um ator popular e conhecido por um personagem como o Capitão Nascimento."

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Wagner Moura em hotel paulistano
    Wagner Moura em hotel paulistano no último dia 29 de abril

    Desde "Tropa de Elite", em 2007, o ator diz que, a cada filme que faz, jornalistas perguntam como seu novo personagem se relaciona com a figura do Capitão Nascimento.

    "Sempre tem aquele que pergunta se eu fiz o filme para apagar a imagem do Capitão Nascimento. Agora, então, vão dizer que fiz um veado para matar de vez o Capitão."

    Wagner Moura se prepara para dirigir seu primeiro filme, a biografia do guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969). Aí, cinema e política se fundem em alvo potencial de reações negativas. Segundo ele, já o criticaram dizendo que ele vai dirigir "um filme sobre um assassino".

    Enquanto trabalha com Felipe Braga no roteiro, engata um papel no outro.

    Vai personificar o traficante colombiano Pablo Escobar (1949-1993) na série do Netflix "Narcos", com direção de José Padilha ("Tropa de Elite"), e cogita um monte de projetos: da chance de interpretar o jovem Federico Fellini (1920-1993) à de viver um dos atores que encarnou o palhaço Bozo.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024