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    Coprodução entre Brasil e Argentina atrasa e causa tumulto em Cannes

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CANNES

    19/05/2014 19h57

    O lançamento do filme "El Ardor", uma coprodução entre Brasil e Argentina estrelada pelo mexicano Gael García Bernal e pela brasileira Alice Braga, foi marcado pelo atraso.

    A sessão começou 40 minutos além da hora marcada, o que causou um tumulto na frente da sala Buñuel, no Palais des Festivals, nesta segunda (19): os espectadores, na fila há mais de uma hora, começaram a vaiar a organização.

    Mas antes da culpa recair nos ombros do cinema latino-americano, a organização explicou que a sessão anterior teve um problema técnico e começou atrasada, causando um efeito em cadeia.

    Divulgação
    Os atores Alice Braga e Gael García Bernal, em cena do filme 'El Ardor', exibido em Cannes
    Os atores Alice Braga e Gael García Bernal, em cena do filme 'El Ardor', exibido em Cannes

    O diretor artístico do festival, Thierry Frémaux, pediu desculpas ao público antes de apresentar o cineasta Pablo Fendrik e seu elenco.

    O inconveniente não facilitou na paciência do público com o filme —pelo menos 10% dos espectadores saíram durante a projeção, que teve também a presença do diretor da Ancine, Manoel Rangel. E paciência era uma qualidade necessária para se assistir "El Ardor".

    Uma espécie de "Tainá para adultos", o longa se passa na floresta argentina, na província de Misiones, e traz García Bernal como uma entidade que surge do rio para ajudar a família da personagem de Alice contra desmatadores. E, pronto, não espere muito além disso.

    "El Ardor" é óbvio e tão apaixonado pelo próprio visual que o roteiro é um grande pastel de vento —se eliminarmos os momentos silenciosos inúteis, repletos de paisagens e besouros, o filme provavelmente vira um curta-metragem.

    Fendrik, em seu terceiro longa-metragem, acredita ser Terrence Malick, mas sem o mesmo talento para equilibrar imagens da natureza com um significado útil no roteiro. O apuro técnico existe e é perceptível, mas ele é engolido por cenas de ação que parecem saídas dos anos 1980 e pelo final que García Bernal tentará esquecer pelo resto de sua carreira.

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