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    Festival de Cannes exibe primeiros filmes na corrida pelo Oscar

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CANNES

    20/05/2014 02h06

    Hollywood geralmente costuma ter um vislumbre dos primeiros possíveis concorrentes ao Oscar durante o Festival de Cannes.

    Neste ano, esse termômetro demorou, mas finalmente apareceu na segunda semana do evento: "Maps to the Stars", de David Cronenberg, e, sobretudo, "Foxcatcher", de Bennett Miller, dão uma ideia inicial do que a Academia deve indicar em janeiro.

    O primeiro, uma sátira sobre o hedonismo hollywoodiano, apresenta Julianne Moore em um de seus papéis mais corajosos: uma atriz neurótica e insegura que passa boa parte do filme em trajes íntimos.

    "Ela é desesperada para ser vista e notada, mas trabalha no aspecto externo e não olha para dentro. É como se tivesse uma mente adolescente", disse Moore em Cannes.

    Apesar de várias referências ácidas ao mundo do cinema, Cronenberg disse crer que "Maps to the Stars" poderia se passar "no Vale do Silício, em Washington e Wall Street" ou "qualquer canto em que haja pessoas mesquinhas, desesperadas e medrosas". "Resumir o filme a um ataque a Hollywood é ter visão curta", afirmou o diretor.

    John Cusack, que interpreta um especialista em autoajuda, discorda. "É um sonho vívido de Hollywood. Los Angeles é diferente porque existe uma busca da fama quase infantil."

    Já "Foxcatcher", bastante aplaudido na sua primeira sessão em Cannes, nesta segunda (19), apresenta-se como o primeiro grande filme na corrida pelo Oscar 2015.

    O filme é dirigido por Bennett Miller, de "Capote" (2005) e "O Homem que Mudou o Jogo" (2011).

    A produção apresenta um Steve Carell —famoso por papéis cômicos como na série "The Office" ou no filme "O Virgem de 40 Anos" (2005)— sério e irreconhecível, na provável melhor interpretação de sua carreira até agora.

    O astro vive John du Pont (1938-2010), um milionário de família tradicional americana que bancava dois irmãos medalhistas olímpicos em luta livre (vividos por Channing Tatum e Mark Ruffalo, que também podem ser lembrados pela Academia de Hollywood) e acabou assassinando um deles em 1997.

    "Muitos livros foram escritos sobre John e sua família", contou Carrell. "Pesquisei o máximo que pude e vi os documentários em vídeo que John mandava produzir sobre si mesmo."

    "É difícil entender as motivações e os demônios internos de John du Pont, então tivemos uma liberdade interna para seguir com nosso retrato", disse o ator.

    Apesar da aclamação em Cannes, Carell quase não conseguiu o papel. "Eu não via nenhuma evidência no currículo de Steve que me fizesse pensar que poderia assumir o personagem", afirmou Miller.

    "Mas nos encontramos para um almoço, ele me mostrou sua visão do filme, e era parecida com a minha. Isso me deu confiança."

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