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    Clube Juventus, na Mooca, investe em ser casa de shows internacionais

    GIULIANA DE TOLEDO
    DE SÃO PAULO

    22/05/2014 11h38

    O Juventus, clube tradicional do bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo, quer fazer do salão de festas de sua sede social um novo espaço de referência para shows nacionais e internacionais na capital paulista.

    A ideia do clube, segundo o seu presidente, Rodolfo Cetertick, é aproveitar a demanda existente por locais para apresentações de música na cidade. A oportunidade ganhou força após o fechamento de casas de shows como o Via Funchal, que encerrou atividades no fim de 2012, e o antigo Citibank Hall, em Moema, extinto em março do mesmo ano.

    Nos últimos meses, o clube, que completou 90 anos em abril, já recebeu três grupos cover de bandas internacionais. Tocaram God Save the Queen (tributo argentino de Queen), U2 Zen Garden (da Itália) e Geminis Bee Gees (também da Argentina). Apresentaram-se ainda recentemente por lá Os Paralamas do Sucesso e Brothers of Brazil.

    Nesta quinta-feira (22) e também neste sábado (24), porém, o clube receberá as primeiras bandas internacionais "de verdade" da temporada. As duas noites terão três grupos consagrados da disco music americana: Kool & The Gang, KC and the Sunshine Band e Earth, Wind & Fire.

    O evento, chamado de Think Music Festival, em sua primeira edição, já está com ingressos esgotados para o sábado. Para esta quinta, sessão extra, ainda há entradas disponíveis, com preços entre R$ 150 e R$ 500.

    O próximo show internacional já anunciado pelo clube será o do guitarrista americano de blues Johnny Winter, marcado para 12 de outubro. Mais atrações para este ano devem ser divulgadas em breve.

    "Queremos trazer o que essas casas de show que fecharam estavam fazendo e deixar o Juventus como referência", diz Cetertick. Na empreitada, o clube está trabalhando em parceria com a produtora Alive Concerts, uma das que operavam no extinto Via Funchal.

    Para o clube, a principal vantagem da novidade é ter mais uma fonte de receita. "Hoje temos 50 mil sócios, mas, na década de 70, o clube chegou a ter 130 mil. Esse espaço continua aqui, temos que aproveitar", diz o presidente.

    O chamado salão nobre, com mais de 3.500 m², tem capacidade para receber cerca de 4.400 pessoas acomodadas em mesas. O estacionamento interno do clube tem vaga para 540 carros no período noturno.

    VIZINHANÇA

    A sede social do Juventus, instalada na rua que leva o nome do clube, tem na vizinhança —além de especialmente prédios residenciais— o hospital municipal Dr. Ignácio de Proença Gouveia, bem ao lado.

    A situação, no entanto, é regular, segundo a Coordenadoria de Planejamento Urbano da Subprefeitura Mooca. O clube possui alvará de funcionamento e tem revestimento acústico necessário para realizar eventos no salão, conforme o órgão.

    O local, porém, já foi alvo de duas queixas no Psiu (Programa de Silêncio Urbano da Prefeitura de São Paulo), conforme a Folha apurou junto à Secretaria de Coordenação das Subprefeituras. A reclamação mais recente foi feita em março.

    Procurado pela reportagem, o presidente do clube disse não ter conhecimento de queixas. "Se formos notificados, temos os documentos que comprovam que estamos regulares. Temos toda a documentação em dia."

    A experiência de ter mais visitantes circulando pela região à noite, em função dos shows e de bailes de formatura no local —outra fonte de renda para o Juventus—, divide os moradores.

    "Quem mora de frente para a rua houve muito barulho da turma que fica gritando aqui em frente. É um inferno. Também dá muito engarrafamento", diz Emília Martin, 78, síndica de edifício em frente ao clube, moradora do prédio há 23 anos.

    "Acho que falta policiamento, mas o lado bom [das festas] é que a rua não fica deserta", comenta Catia Massa, 51, há 12 vizinha do local.

    Já para a Amoamooca (associação de moradores da Mooca), as mudanças na agenda do Juventus são bem-vindas.

    "É gratificante porque traz mais cultura para o bairro. Os transtornos com trânsito, por exemplo, não me preocupam porque são pontuais. Houve um 'boom' imobiliário de modo geral no bairro, e o trânsito está mudando, mas isso é uma realidade de São Paulo", avalia Crescenza Giannocaro, presidente da entidade.

    THINK MUSIC FESTIVAL
    QUANDO nesta quinta (22) e neste sábado (24), às 22h
    ONDE salão nobre do Juventus, r. Juventus, 690, Mooca, tel. (11) 2271-2000
    QUANTO de R$ 150 a R$ 500 (para esta quinta); esgotados para sábado
    CLASSIFICAÇÃO 16 anos

    JOHNNY WINTER
    QUANDO 12 de outubro, às 21h
    ONDE salão nobre do Juventus, r. Juventus, 690, Mooca, tel. (11) 2271-2000
    QUANTO de R$ 250 a R$ 300 (1º lote)
    CLASSIFICAÇÃO 16 anos

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