O best-seller "50 Tons de Cinza" é um livro mais de autoajuda do que pornográfico. A afirmação é de uma professora de sociologia da Universidade Hebraica de Jerusalém, que publicou o artigo "Hard-Core Romance", pela editora da Universidade de Chicago, no qual analisa a obra de Erika Leonard James, lançada em 2011.

Para a socióloga Eva Illouz, as situações de servidão, disciplina e sadomasoquismo retratadas no livro "são tanto uma fantasia cultural quanto uma sexual, servindo de guia para uma vida romântica mais feliz".

	Will Oliver/AFP
	Capa do best-seller '50 Tons de Cinza', de Erika Leonard James

Segundo o jornal "The Guardian", para escrever sua tese, a professora foi instigada pelo fato de um trilogia erótica —baseada em uma relação sadomasoquista entre um bilionário poderoso e uma estudante tímida— vender mais de 40 milhões de cópias pelo mundo. O primeiro livro ainda ganhou uma adaptação cinematográfica, estrelada por Jamie Dornan e Dakota Johnson e prevista para ser lançada em 2015.

Livro

Box da Trilogia Cinquenta Tons de Cinza

E L James

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Na tese, a professora ainda conclui que a obra se tornou um best-seller por retratar as dificuldades das relações sexuais entre homem e mulher.

"Textos pornográficos pretendem despertar a sexualidade explicitamente, geralmente de um homem ou de um leitor solitário", ela escreve. "50 Tons', por outro lado, é escrito assumindo a presença de um parceiro. As cenas sexuais não são escritas para arregalar os olhos, mas para instruir homens e mulheres em formas inventivas e eficientes de melhorarem o prazer sexual".

Apesar, porém, de destacar a importância da obra na vida sexual de seus leitores, a professora não deixou de criticar a qualidade do texto. "Eu fiquei sem palavras. [O livro] contém o pior texto que eu já vi na minha vida e uma trama que fez minhas unhas do pé se contorcerem".