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    Crítica: 'Anos Felizes' brilha em crise do cinema italiano

    SÉRGIO ALPENDRE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    29/05/2014 02h10

    Tradicionalmente, cineastas italianos são bons para filmar relacionamentos em crise.

    Em "Anos Felizes", de Daniele Luchetti, um casamento começa a ruir quando a junção entre vida pessoal e profissional se dá em momento inoportuno, precipitando cobranças e desentendimentos.

    Quem narra a história é o filho mais velho do casal, Dario. Vemos, por seus olhos de adulto, a lembrança de 1974, quando um ambiente idílico desmoronava.

    Emanuela Scarpa/Divulgação
    Guido (Kim Rossi Stuart) em seu ateliê em 'Anos Felizes'
    Guido (Kim Rossi Stuart) em seu ateliê em 'Anos Felizes'

    Em pauta uma série de discussões pertinentes: o que está em jogo na arte? Pode o amor interromper o curso da criação artística sem traumas? A que ponto deve-se evitar que um interfira no outro?

    Além disso, discute-se o amor livre, a dificuldade de uma relação monogâmica, a aceitação de um romance homossexual feminino dentro de um sistema patriarcal.

    Neste longo momento de crise do cinema italiano, quando há poucos diretores que conseguem algo realmente significativo (Nanni Moretti, Marco Bellocchio, e quem mais?) é salutar voltar ao modelo de histórias contadas sob o ponto de vista de crianças —algo comum no cinema—, da maneira certa.

    Luchetti tem uma boa mão para direção de atores, e vez ou outra alcança achados visuais de força e poesia. Além disso, temos aqui um notável par de atores: Kim Rossi Stuart e Micaela Ramazzotti.

    ANOS FELIZES (ANNI FELICI)
    DIREÇÃO Daniele Luchetti
    PRODUÇÃO Itália/França, 2013
    ONDE Reserva Cultural e circuito
    CLASSIFICAÇÃO 14 anos
    AVALIAÇÃO bom

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