Os Rolling Stones fizeram nesta quarta-feira (4) um polêmico show em Israel, apesar de pedidos contrários de ativistas pró-palestinos, que compararam a apresentação a cantar na África do Sul na época do apartheid.
O grupo retornou no dia 26 de maio, em Oslo, a turnê mundial interrompida há mais de dois meses pelo suicídio da namorada de Mick Jagger, e chegou nesta segunda-feira (2) em Tel Aviv.
De acordo com a imprensa israelense, o organizador do evento no Parque Yarkon de Tel Aviv, Shuki Weiss, pagou aos Rolling Stones US$ 6,7 milhões (cerca de R$ 15,22 milhões) para o show.
Baz Ratner/Reuters | ||
Keith Richards (à dir.), Mick Jagger e Ronnie Wood, dos Rolling Stones, se apresentam em Tel Aviv |
Quando a banda anunciou a apresentação em março, um porta-voz do movimento Boicote, Desinvestimento, Sanções (BDS), Rafif Ziadah, lembrou que o grupo havia criticado o regime racista do apartheid na África do Sul e disse que Israel também tinha uma política de segregação.
"As organizações palestinas pedem aos Rolling Stones que não se apresentem em Israel e não fechem os olhos para (suas) violações dos direitos humanos contra o povo palestino", declarou.
Uma das personalidades mais envolvidas com o BDS é Roger Waters, membro fundador do grupo de rock progressivo Pink Floyd, cuja canção "The Wall" se tornou uma espécie de hino da luta contra o muro de Israel, descrito como "muro do apartheid" pelos palestinos.
Waters pediu a outros músicos para que não se apresentem no país em nome do boicote cultural.
A construção de assentamentos israelenses em territórios palestinos tem incentivado outras iniciativas privadas de boicote aos produtos e serviços associados aos assentamentos. Na Europa, os esforços para exigir rótulos separados para os produtos produzidos nas colônias se intensificaram quando Israel anunciou uma nova série de construções.