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    Eduardo Galeano é o Pelé da literatura sobre futebol, aponta jornal britânico

    DE SÃO PAULO

    05/06/2014 17h17

    O Pelé da literatura sobre futebol não é um brasileiro, mas o uruguaio Eduardo Galeano. A afirmação foi feita pelo jornalismo esportivo do jornal britânico "The Guardian" Richard Williams, que preparou uma lista dos melhores livros esportivos para se ler durante a Copa do Mundo.

    Entre as obras listadas por Williams, estão "Futebol Nation", de David Goldblatt, "Shocking Brazil", de Fernando Duarte, "Jogo Bonito", de Henrik Brandão Jönsson, "Golazo!", de Andreas Campomar e "Futebol: The Brazilian Way of Life", de Alex Bellos.

    Segundo Williams, nenhum deles, porém, supera "Futebol ao Sol e à Sombra", de Galeano, publicado pela primeira vez em 1995. No livro, o uruguaio narra a final da Copa de 1950, no Rio de Janeiro, episódio que entrou para história do futebol como "Maracanazo", quando o Brasil perdeu em casa por 2 a 1 para o Uruguai.

    Divulgação
    O escritor uruguaio Eduardo Galeano, eleito por jornal britânico o 'Pelé' dos livros sobre futebol
    O escritor uruguaio Eduardo Galeano, eleito por jornal britânico o 'Pelé' dos livros sobre futebol

    "Um dia que silenciou não apenas 200 mil espectadores, mas o país inteiro, dando um profundo golpe na frágil auto-estima [do país]", descreve o jornalista.

    Livro
    Futebol ao Sol e à Sombra
    Eduardo Galeano
    Futebol ao Sol e à Sombra
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    O episódio é também contado nos livros de Goldblatt e Duarte, que aborda em seu livro a vida do então goleiro da seleção, Barbosa —acusado de ter deixado o segundo gol do Uruguai passar e posteriormente ostracizado pela nação até o fim de sua vida.

    "Foi a maior sentença por um crime no Brasil, país no qual a pena máxima é de 30 anos", escreve Duarte sobre o goleiro, morto em 2000.

    Para o jornalista do "Guardian", a ansiedade pré-Copa dos brasileiros, neste ano, é exacerbada pelo conhecimento de que, mais uma vez, a seleção pode perder em casa.

    Em geral, nos livros listados, os autores analisam o impacto do esporte na cultura do país, desde os tempos de Charles Miller até a atualidade. A exceção é "Golazo!", de Campomar, compatriota de Galeano, que aborda o futebol em outros países da América Latina, como Colômbia, Bolívia, México, Chile, Peru e Equador.

    Mas curiosamente, para Williams, o Maradona da literatura coincide com o da vida real, já que também é um argentino: o escritor Jorge Valdano, cuja coleção de artigos esportivos escritos para o "The Guardian" deve ser lançado no ano que vem, no Reino Unido.

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