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    John Green e jornal 'New York Times' criticam boicote da Amazon

    DE SÃO PAULO

    06/06/2014 17h29

    A queda de braço entre a Amazon e o grupo editorial Hachette está angariando críticas de peso à varejista americana.

    Nas últimas semanas, a Amazon vem sendo acusada de restringir vendas e atrasar entregas de produtos da editora.

    A Hachette publica nos Estados Unidos best-sellers como JK Rowling e James Patterson. Ambos já se queixaram publicamente sobre as medidas da Amazon.

    Agora outro nome de peso se juntou ao grupo. John Green, editado pelo grupo Penguin nos EUA, afirmou que a qualidade de um livro depende em boa parte do trabalho dos editores. "É bastante inoportuno ver a Amazon se recusar a perceber a importância dessa relação", disse o autor.

    Divulgação
    John Green, autor do livro 'A Culpa é dos Estrelas'
    John Green, autor do livro 'A Culpa é dos Estrelas'

    Na última terça (dia 3), o jornal "New York Times" também comentou o caso em editorial.

    "A Amazon muitas vezes se descreveu como obcecada com fazer os clientes felizes. Mas ultimamente a empresa tem feito seus usuários extremamente infelizes, tornando difícil ou impossível para eles comprarem livros publicados pela Hachette Book Group", informa o início do editorial.

    O "Times" diz que a Amazon tem usado seu poder de fogo (é responsável por cerca de 40% dos novos livros, impressos e digitais, vendidos nos Estados Unidos) para obter para si o melhor negócio, enquanto aperta editores, irrita clientes e prejudica autores.

    "Quando uma empresa domina a venda de determinados produtos, como a Amazon faz com livros, ela tem o poder de distorcer o mercado em seu próprio benefício", acrescenta o editorial.

    A briga entre a Amazon e a Hachette teria começado porque o grupo editorial se recusou a aceitar a política feroz de descontos da varejista on-line nas vendas de seus livros.

    Há dois anos, a Hachette se uniu a outras grandes editoras (HarperCollins, Holtzbrinck, Simon & Schuster e Penguin) para adotar resposta comum à política da Amazon e elevar preços dos livros eletrônicos.

    As empresas foram acusadas pela Justiça americana de formar um cartel para fixar preços de e-books. Hachette e as demais editoras pagaram entre US$ 26 milhões e US$ 75 milhões para encerrar o caso extrajudicialmente.

    Em comunicado divulgado à imprensa, a Amazon reconhece que está comprando menos livros da Hachette. "Infelizmente, apesar de todo o trabalho dos dois lados, não conseguimos alcançar um acordo aceitável."

    "Apesar de estarmos trabalhando duro para encontrar uma solução o quanto antes, não estamos otimistas que isso será resolvido logo", completa o comunicado.

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