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    George Clooney acusa governo do Sudão de ser 'arquiteto' de massacres

    DA EFE, EM WASHINGTON

    11/06/2014 18h28

    O governo do Sudão e a milícia Yanyawid são os responsáveis "dos elementos mais perversos" nos massacres em três regiões do país onde a violência aumenta a níveis sem precedentes, segundo o ator George Clooney e o ativista John Prendergast.

    Em artigo divulgado nesta quarta-feira no site "Vice News", Clooney e Prendergast, que visitaram o Sudão e criaram grupos de ação para chamar a atenção sobre a crise no país, denunciam o silêncio que reina sobre "o sofrimento do Sudão" nesta crise humanitária, que garantem que "está piorando".

    "Sob o manto da escuridão, em um mundo cuja atenção se dispersa com crise mais acessíveis às câmaras na Ucrânia, Síria e a República Centro-Africana, o governo do Sudão reatou e intensificou sua estratégia genocida nas principais áreas de guerra", assinalou o artigo.

    Benoit Tessier - 12.fev.2014/Reuters
    O ator George Clooney em foto feita em Paris, em fevereiro
    O ator George Clooney em foto feita em Paris, em fevereiro

    "Nas três regiões do Sudão desgarradas pela guerra (Kordofan do Sul, Nilo Azul e Darfur), outra vez, há grupos étnicos específicos que são alvo da violência", continuou.

    O ator e o ativista dos direitos humanos lembraram que as milícias Yanyawid alcançaram notoriedade internacional há uma década durante o genocídio em Darfur e "agora retornaram com maior fúria sob a denominação das Forças de Apoio Rápida enviadas recentemente pelo regime".

    "Estas forças estão melhor equipadas, têm um comando centralizado e estão plenamente integradas ao aparelho de segurança do estado, com imunidade legal", assinalou o artigo.

    "Desta vez, o regime do Sudão nem sequer se preocupa em fingir que os Yanyawid não são sua responsabilidade".

    Ao terror que os Yanyawid semeiam se soma, segundo os autores, o terror imposto pela Força Aérea do Sudão, que adquiriu aviões de bombardeios e bombas de mais precisão para intensificar a ação contra alvos civis em zonas de guerra.

    Clooney e Prendergast disseram que os Estados Unidos podem, de fato, "influir na crise, acelerando seus esforços diplomáticos para a criação de uma paz abrangente em todo o Sudão, que pode resolver as causas profundas e levar a uma real transformação democrática".

    Além disso, pedem sanções econômicas diretas contra os líderes sudaneses responsáveis pelos massacres.

    "Os Estados Unidos necessitam reconstruir sua influência em Cartum e a melhor maneira de fazê-lo é afetando os interesses econômicos do regime", asseguram.

    Para isso, segundo Clooney e Prendergast, "o governo dos EUA deve dar ao Departamento do Tesouro os recursos que necessita para seguir o dinheiro que permite as atrocidades, e para impor sanções contra os cúmplices".

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