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    Crítica: Baixista do Duran Duran ri de si mesmo em memórias

    ANDRÉ BARCINSKI
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    21/06/2014 02h10

    Acaba de sair no Brasil uma autobiografia reveladora para quem quiser saber mais sobre os meandros da música pop dos anos 1980: "No Ritmo do Prazer - Amor, Morte e Duran Duran", do baixista do Duran Duran, John Taylor.

    Taylor tinha 18 anos em 1978, quando fundou, com o tecladista Nick Rhodes, o Duran Duran, influenciados pela discoteca do Chic, a elegância do Roxy Music e a androginia de David Bowie.

    Diferentemente dos grupos punks que ouvia na adolescência, como Sex Pistols e The Clash, Taylor não se interessava pela luta de classes ou por protestos contra a rainha. Seu negócio era reunir os amigos e sair para dançar e pegar garotas.

    Desde o início, os integrantes do Duran Duran pareciam ter um plano: não iriam penar por anos tocando em clubinhos imundos para plateias pequenas. Precisavam se comportar como popstars, mesmo que só fossem conhecidos por um pequeno séquito de fãs.

    Livro
    No Ritmo Do Prazer
    John Taylor
    No Ritmo Do Prazer
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    Eles conseguiram uma residência num clube local, investiram toda a grana que tinham em roupas chamativas e criaram uma música dançante e acessível, que em nada lembrava a agressividade do punk. Em pouco tempo, já tinham um contrato com uma grande gravadora, a EMI.

    O Duran Duran surgiu em um momento em que a indústria musical passava por grandes mudanças. Com o advento da MTV, em 1981, artistas passaram a dar cada vez mais importância ao visual.

    Tão importante quanto um bom disco era um bom videoclipe, e o Duran Duran se notabilizou por alguns dos mais extravagantes e caros dos anos 1980, verdadeiras superproduções.

    "Videoclipes, para nós, eram tão importantes quanto o estéreo era para o Pink Floyd", disse Nick Rhodes.

    Os integrantes do Duran Duran viraram ídolos "teen" e decoraram as paredes de adolescentes no mundo todo. Apesar da aparência de bons moços, as turnês do grupo eram verdadeiras orgias de sexo e drogas.

    "Logo descobri uma coisa incrível: meninas de todos os idiomas adoravam tomar drogas comigo!", escreve Taylor, com um estilo irônico e sem medo de fazer piada de si mesmo.

    Em uma das passagens mais engraçadas do livro, ele relata uma bizarra noite de festa com Freddie Mercury, do Queen, que emenda em uma entrevista de TV em que Taylor, completamente chapado, paga um dos maiores micos de sua vida.

    ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e diretor do programa "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", no Canal Brasil

    NO RITMO DO PRAZER
    AUTOR John Taylor
    TRADUÇÃO Ana Claudia Fonseca
    EDITORA Benvirá
    QUANTO R$ 42,50 (432 págs.)
    AVALIAÇÃO bom

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