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    Sobe a venda de livros, mas o mercado cresce pouco

    MARCO RODRIGO ALMEIDA
    DE SÃO PAULO

    23/07/2014 02h26

    A venda de livros no Brasil aumentou 10,4% em 2013 em comparação a 2012. Foram 480 milhões de exemplares no ano passado, ante 434,9 milhões em 2012. Apesar disso, o mercado editorial registrou fraco crescimento real: descontando a inflação (5,91%), ficou em 1,52%.

    Os dados são do levantamento anual do meio editorial divulgado na terça (22) pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e pelas entidades Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e CBL (Câmara Brasileira do Livro).

    O faturamento do setor no ano passado foi de R$ 5,3 bilhões —o maior já registrado desde que a Fipe começou a medir o mercado, em 2004.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A alta foi resultado do aumento das compras do governo. Os programas de distribuição de livros aumentaram suas compras em 20,4%.

    O poder público gastou R$ 1,47 bilhão nesses programas, 12% a mais que em 2012.

    Já as vendas das editoras para o mercado privado aumentaram 4,1%. Excluindo a aquisição do governo, no entanto, o faturamento das empresas teve crescimento nulo.

    Os dados comprovam a dependência do mercado editorial em relação ao governo. O levantamento da Fipe no ano passado apontou uma queda de 10% nas compras públicas em 2012. Com isso, o mercado encolheu 2,64%.

    Para Sônia Jardim, presidente da Snel, uma das causas da estagnação, mesmo com o aumento das vendas, é a queda do preço do livro. "Nos últimos dez anos, houve uma redução impressionante, de mais de 40%. E também o mercado, ao contrário do governo, comprou menos livros didáticos, isso teve um impacto grande", comenta.

    O preço médio do livro no país (considerando o valor na venda das editoras para as livrarias) passou de R$ 13,66 para R$ 13,89. Descontada a inflação, ficou 4% mais barato, seguindo tendência de diminuição na última década.

    Na área dos livros digitais, a pesquisa apontou dados positivos em 2013. As vendas de e-books e aplicativos de livros saltaram de 235 mil para 889 mil unidades. O faturamento do setor ficou em R$ 12,7 milhões, alta de 225%. A participação no mercado, porém, é ainda muito pequena: 2,3%.
    O levantamento da Fipe é realizado a partir de dados informados por editoras. Nesta edição, 217 empresas participaram da pesquisa, dentro de um universo de cerca de 750.

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