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    Festival de Cinema Latino-Americano homenageia o diretor Pablo Trapero

    SYLVIA COLOMBO
    DE SÃO PAULO

    24/07/2014 02h00

    Ao longo da última década, os filmes de Pablo Trapero construíram uma visão da Argentina em tempos de redemocratização e ajudaram a dar uma cara ao novo cinema da região.

    Homenageado no Festival de Cinema Latino-americano, que começa nesta quinta (24) em São Paulo, o diretor estará presente para discutir seu trabalho em palestras.

    Obras que tratam da violência na periferia, como "El Bonaerense" (2002) ou "Elefante Branco" (2012), expuseram mazelas sociais comuns a países vizinhos e estabeleceram diálogo com produções brasileiras como "Cidade de Deus" (2002).

    Ian Langsdo - 17.mai.2010/Efe
    O cineasta argentino Pablo Trapero em Cannes, em maio de 2010
    O cineasta argentino Pablo Trapero em Cannes, em maio de 2010

    Já "Família Rodante" (2004) e "Abutres" (2010) tratam de relações pessoais e familiares, e "Nacido y Criado" (2006), sua melhor obra, traz um drama em diálogo com a natureza da Argentina profunda, a da Patagônia.

    "Para mim o cinema sempre foi uma caixa de ressonância, refletindo sobre os fatos reais. É curioso como no caso de filmes como 'Elefante Branco' ou 'Cidade de Deus' as pessoas se sentem tocadas pelo que veem na tela, mas apenas porque estão dentro da sala de cinema. Não significa que se sensibilizem com a situação real."

    Trapero está rodando um novo filme, sobre a Argentina do final da ditadura. Trata-se da história da família Puccio, que vivia no bairro nobre de San Isidro e se dedicava, basicamente, a sequestrar vizinhos por dinheiro.

    "A ideia é questionar os sequestros políticos transformados em sequestros privados, uma onda que se popularizou naqueles tempos."

    Durante o regime militar (1976-1983), o sequestro era praticado para angariar fundos para a luta contra a ditadura, responsável pela morte de mais de 20 mil pessoas.

    "O mais importante que ocorre no cinema da região hoje é a diversificação de temas e gêneros. Há gente experimentando o terror, o suspense. Não há tanto a preocupação de retratar apenas a realidade política, ainda que seja importante", conclui.

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