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    Gal Costa e Jards Macalé fazem shows em homenagem a Waly Salomão

    GIULIANA DE TOLEDO
    DE SÃO PAULO

    24/07/2014 17h51

    Após mais de 40 anos sem nenhum trabalho em conjunto, Gal Costa e Jards Macalé farão, desta quinta (24) ao domingo (27), no Sesc Vila Mariana, uma série de shows em homenagem a Waly Salomão (1943-2003).

    Amigo e parceiro musical de ambos —com Macalé dividia suas composições, e Gal teve dois de seus show dirigidos por ele—, o poeta, se vivo, estaria hoje com 70 anos.

    O ar de nostalgia, no entanto, não deve fazer parte da festa, conforme disse Omar Salomão, 31, filho do artista, que idealizou o tributo em parceria com o jornalista Marcus Preto.

    "É uma ideia antinostálgica. Essa homenagem tinha tudo para ser uma coisa nostálgica, mas não é. Pelo contrário, a gente percebe que está tudo muito vivo, muito em forma", diz ele, que também é poeta e artista visual.

    "A poesia do meu pai traz muita energia, uma pulsão de vida muito grande. Era um fazer poético muito cuidadoso, meticuloso, mas também muito explosivo."

    Adi Leite - 3.jun.1993/Folhapress
    O poeta Waly Salomão em foto de 1993
    O poeta Waly Salomão em foto de 1993

    Essa profusão de energia, também é a principal lembrança de Gal das experiências dos shows dirigidos por Waly. "Era ótimo trabalhar com ele. Ele inflava meu ego bastante. Gostava de trabalhar assim, injetando gás e adrenalina em mim", conta.

    LEGADO

    Para afastar de vez um possível caráter nostálgico, as quatro noites de show terão ainda convidados que representam o legado deixado por Waly na música de novas gerações.

    Participam Helio Flanders (Vanguart), Gustavo Galo (Trupe Chá de Boldo), Bruno Di Lullo, Domenico Lancellotti, Botika, Guilherme Monteiro e Lira —este último declamando poemas não-musicados de Waly.

    "O legado de Waly realmente ficou nos novos músicos. O 'Vapor Barato', por exemplo, está navegando por aí desde o final dos anos 1960. É um hino hippie caboclo, como Waly dizia. Atravessou rodinhas de violão e veio vindo. Não envelhece porque todo mundo tem essa fantasia de viajar, sair por aí", diz Macalé, citando a sua parceria mais conhecida com Waly, lançada em 1971 na voz de Gal e regravada nos anos 1990 pela banda O Rappa.

    "'Vapor Barato' foi feita em 15 minutos. Ele chegou com a letra lá em casa e eu comecei a ler já meio que cantando, aí fomos estruturando, cantando, cantando, cantando até chegar a forma final", lembra ele, que deve participar do show cantando "Olho de Lince" e "Anjo Exterminado", entre outras.

    EXPOSIÇÃO

    Outra novidade em homenagem a Waly será uma mostra na Biblioteca Parque Estadual, no centro do Rio, prevista para outubro.

    A exposição será focada nos grifos feitos pelo poeta em livros de sua biblioteca pessoal. "Será uma leitura livre das anotações do meu pai, mergulhando um pouco nas ideias que rondavam a biblioteca dele", explica Omar.

    WALY SALOMÃO - POESIA TOTAL
    QUANDO desta qui. (24) a sáb. (26), às 21h; dom. (27), às 18h
    ONDE Sesc Vila Mariana, r. Pelotas, 141, tel. (11) 5080-3000
    QUANTO de R$ 8 a R$ 40
    CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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