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    Série do History refaz a trajetória de líderes da Segunda Guerra Mundial

    GRACILIANO ROCHA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

    28/07/2014 03h10

    Tropas alemãs escapam de ataque com gás durante a 1ª Guerra Mundial. Quando tira a máscara antigás, um dos soldados focados pela câmera é Adolf Hitler. Feito prisioneiro pelo inimigo, um jovem capitão francês chamado Charles De Gaulle foge da fortaleza de Ingolstadt (Alemanha).

    Com seis episódios de uma hora de duração cada um, a minissérie "Guerras Mundiais", que será exibida pelo History Channel a partir desta segunda (28), às 21h, reconstitui as trajetórias de líderes mundiais desde suas experiências na Primeira Guerra (1914-1918) até assumirem papéis-chave na Segunda Guerra (1939-1945).

    A produção utiliza dois atores -um jovem e outro mais velho- para interpretar Hitler, Churchill, Mussolini, Roosevelt, Stalin, De Gaulle e o primeiro-ministro japonês Hideki Tojo e montar a crônica de como a brutalidade da Primeira Guerra e os termos do Tratado de Versalhes contribuíram para um novo conflito.

    A linguagem híbrida mistura o entretenimento de reconstituições dramáticas e efeitos especiais com o documentário, entrevistando historiadores renomados e políticos, como o ex-secretário de Estado americano Colin Powell e os ex-primeiros-ministros John Major (Reino Unido) e Mario Monti (Itália).

    Divulgação
    Ian Beyts e Tom Vickers (ao fundo) interpretam Winston Churchill com idades diferentes
    Ian Beyts e Tom Vickers (ao fundo) interpretam Winston Churchill com idades diferentes

    Ao falar sobre Hitler, o historiador britânico Richard Evans, da Universidade de Cambridge, diz que a experiência da Primeira Guerra "projetou uma imagem de força e determinação da Alemanha", fator fundamental para o discurso político que levou os nazistas ao poder.

    Ao contar a história a partir da juventude e amadurecimento dos líderes mundiais, a série adotou como premissa histórica que a Primeira e a Segunda Guerras foram um único conflito, de longa duração, interrompido por uma frágil trégua entre as décadas de 1920 e 1930.

    "A França saiu arruinada e humilhada de 1870 [Guerra Franco-Prussiana] e sempre se preparou para um novo conflito. Houve a Primeira Guerra e a minha geração cresceu nos anos 1930 marcada pela ideia de que um novo embate era simplesmente inevitável", disse Bernard De Gaulle, 91, sobrinho do general e ex-presidente francês.

    INDIVÍDUOS
    Um dos questionamentos feitos à produção da série é que o roteiro minimiza a importância das conjunturas sociais e econômicas das guerras para privilegiar o papel de indivíduos.

    Para Steven Gillon, historiador da Universidade de Oklahoma (EUA) e consultor do History Channel, as circunstâncias gerais criam o contexto, mas são as qualidades pessoais que levam os indivíduos a tomar decisões que podem alterar o curso da História.

    "Na França em 1940, vencida e ocupada pelos alemães, De Gaulle poderia ter feito uma outra escolha, mas foi louco o suficiente para dizer 'não' e interferir diretamente", disse Johann Chapoutot, da Universidade de Grenoble.

    A versão internacional de "Guerras Mundiais" que será exibida no Brasil difere bastante da apresentada nos EUA no início de junho.

    Com quase 50 minutos a mais nos seis episódios, essa versão enfatiza o papel de personagens mais conhecidos do público norte-americano, como os generais McArthur e Patton.

    NA TV
    Guerras Mundiais
    Estreia da série
    QUANDO nesta segunda (28), às 21h, no History Channel
    CLASSIFICAÇÃO 12 anos

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